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26 de fev. de 2018

Notas

Tenho assistido há tempos essa novela torcendo por algum fim. 
Sigo voando mas ciente de tudo. Querendo viver um sonho que parece não existir. Correndo sem parar; desesperadamente, sem chegar. 
Torcendo por uma lembrança, esperando por um momento.
Pensando em diversas formas de mostrar 
tudo aquilo que quero dizer e nas palavras já não cabe. Tamanha importância que ela tem por aqui. 
E eu fico aqui contando o tempo, implorando para que ele pare e nenhum de nós tenha que ir embora.. Que ninguém tenha que ir embora. 
Eu sigo de braços cruzados. As mãos fechadas se apertam numa tentativa falha de segura-lá. Mas ela sempre me escapa. Escorrendo por entre os dedos. 
Eu me disperso e fecho os olhos. É a hora que me despeço.

Preenchendo com saudade a expectativa de te-lá n’outro dia  ainda que por um instante.. Ainda que de longe. 

25 de fev. de 2018

Notas

Tem sido cada vez mais difícil. 
Toda vez que a vejo, é sempre um novo aperto.
Distante, coisas que antes existiam hoje são escassas: Atitudes, expressões, palavras. 
Mas é assim - Tudo muda. 
Entendo que muitas coisas acontecem por lá da mesma forma como há coisas que acontecem por aqui. 
Mas ah.... Não renego tal intriga. 
Quando fala e eu me prendo no seu mundo sem pensar. E no final eu não quero mais nada. Apenas estar ali. Tê-la por perto nem que seja por um instante. Nem que seja num sonho. 
E quando me olha eu fico aqui tentando entender o que os seus olhos dizem.. E como me encanta o quanto eles brilham...
A ingenuidade que tem, a bondade, as certezas...

Eu não ligo das pessoas me dizerem isso e aquilo por sempre me preocupar em fazer tudo por ela. Por querer protegê-la das coisas e das pessoas ruins; Por querer levar todas as porradas da vida apenas para se sinta bem; Por querer estar perto e participar mais.. Não, eu não ligo.
Ela não é um alguém qualquer, ela é uma alegria pra mim. 



20 de fev. de 2018

Momentos


É incrível e estranho ao mesmo tempo
Quando deixamo-nos levar pelos momentos
A indiferença que rege a semelhança 
Ver-se-á escorrendo nesse rosto
Nada se diz e pouco se escuta
Onde o silêncio ensurdece 
a vida cabal. 
Apatia
Que sopra no peito 
E nos leva pra longe 

Da vida sincera, do afago e do amor. 

Eterna saudade

Há um rio que se forma
debaixo dos olhos
toda vez que ela passa 
e então vai embora.

Quando crava momentos 
em imagens passadas.
Onde o ardor nos inflama
e o peito se aperta.

Ah, saudade.
Não me apronte de novo.
Se apronte que trem 
amanhã parte cedo.

Mas não leve de mim
rememorações.
Há uma forte esperança
de que um dia isso acabe.

De uma espera fortuita 
à uma entrega gratuita.
Do que antes sobrava,
hoje falta aos montes:
A saudade contida
numa eterna lembrança.

---

Eis um pouco do muito que nos deixou.
A nostalgia estampada hoje fala mais alto.
Dos risos de canto ao brilho dos olhos.
Todos os gritos e sussurros que expulsamos aos poucos 
jamais conterão tamanha saudade, 
pois nem mesmo as palavras serão capazes de dizer.
A afeição etérea incomoda na perda.
Mas a gratidão, é o que fica.
Por ter passado por aqui, ainda que 'bem rapidinho', 
para ensinar o valor da verdade 
e provar que o amor é eterno 
quando se permite amar.

À Marina Guariente Borsari. 

+ 12/02/2008

Diga-me

Diga-me 
Por que tanto banalizam o amor? 
Por que destruímos uns os outros dissolvendo sentimentos numa intensa guerra de insultos. 
Diga-me. 
Nossa vida está repleta do que não se pode ver. De sonhos tão altos que não conseguimos tocar. 
Partilhamos o mesmo barco navegando neste Rio. 

Somos nós os caçadores, a isca e também a presa. 

8 de fev. de 2018

Solstício

Enquanto a gente fica triste,
achando que tudo acabou,
a vida se renova.

Quando a gente sente
que o tempo parou,
o mundo continua girando.

E enquanto a gente pede
que tudo simplesmente se acabe,
é só o começo de tudo.

Porque a vida pode não ser justa
com a gente em todos os momentos.
Mas o mundo,
o mundo continua existindo lá fora.

Porque depois de uma tempestade,
tem sempre um dia de sol

Amor simples

Eu não ligo se você não tiver os lábios de Angelina ou os olhos de algum lugar na costa do Caribe.
Não importa se o seu cabelo é pintado e nem se prefere uma camisa velha e larga à um vestido coberto por diamantes.
E não me importo se você não tiver muito mais do que uns 20 e poucos contos e algumas boas histórias pra contar.
Não me importa se não for da geração fit", do tipo que prefere um lanche com bastante bacon à duas folhas ou meio frango e duas caixas de ovos.
Não ligo se quiser ficar em casa num sábado a tarde e também não me importo se não souber por onde começar com os talheres na mesa.
A sua presença me basta.
E mesmo que eu fosse uma pequena formiga ou ainda que eu fosse uma galáxia inteira, ainda assim, não caberia em mim tamanha gratidão por este sorriso que levanta meu dia.
Só peço a Deus que não deixe nunca que me falte a alegria de ter você por perto, e que nada dure menos de um instante pra que eu possa me lembrar, no fim, de como tudo o que fiz valeu a pena.

Querer

Quisera eu
Um outro rosto
Num outro tempo
Um outro mundo.
Uma outra cor, voz, coração.
Quisera eu
Ser outro alguém.
Um outro eu
Para chamar de meu.

Cartas à ela: Parte II

Ela me arranca os risos
De canto, escondidos.
Daqueles que gritam e calam
sem muito sentido.

Um riso disposto
que beira a alegria.
A luz que irradia
os escuros da vida.

Ah, mulher.
Não me deixe sorrindo a sós
Tonto, feito um menino
a desatar os seus nós.

E veja,
não cabe a esse rosto
esboçar tal sorriso.
Que este venha de ti,
onde mora o motivo.

5 de fev. de 2018

Cartas à um Zé: Zé e a saudade

Zé,

Eles nunca vão entender essa nossa relação.
Eu te criei em 2013 mas você sempre esteve aqui.
Naquela época pouca coisa acontecia. Mas quando algo dava errado era você que estava lá.
Ainda me lembro.. Eu chegava de manhã e lá estava você, sempre questionando a forma como eu vivia rindo das tragédias da vida.
A gente tomava um café juntos enquanto eu te contava como as coisas eram feias e como as pessoas eram vazias.
Pois é, muita coisa mudou, Zé.
Eu fiquei mais velho. Até perdi um pouco dos cabelos. Mas você, ah, você continua igualzinho.
Aliás, eu acho que as mudanças ficam só nas aparências mesmo.
Eu continuo o mesmo trouxa que sempre fui: Rastejando por migalhas; e as pessoas continuam cheias de vazio.
Mas isso já não faz diferença. Eu aprendi a conviver comigo depois de ter enlouquecido.
Eu estou bem. Eu tenho sentido'tanto' que é como se eu não sentisse nada. E não ter nada me conforta.
Hoje eu estava olhando algumas fotos e encontrei essa sua.
Você não queria tirar, mas no fim até fez pose.
É, outros até tentaram tomar o seu lugar, Zé. Mas eu não deixei.
Você sabe que ninguém jamais ousará tomar o seu lugar.
Bom, estou te escrevendo pra dizer que transbordo saudade.
E se um dia puder, passe por aqui.
Eu te prometo que as histórias estarão cada vez melhores e que as risadas farão sempre parte do nosso repertório.

Até logo, amigo!

3 de fev. de 2018

Nota contraditória

Quando eu queria estar tranquilo
ela veio me atormentar.
Quando tentei me organizar
ela veio e me bagunçar.
Quando achei que tinha esquecido
ela veio para me lembrar
que mesmo se eu quiser ficar sozinho
ela irá me acompanhar.

Estranheza

A minha estranheza me afastou do mundo.
Oscilando entre céu e inferno em frações de segundo.
Se é merecido ou não, não cabe a mim dizer.
Apenas agradecer por tudo o que foi perdido e conquistado. Porque perder é ruim, sim.
Mas nos ajuda a crescer. Ensina a importância que tem as coisas e as pessoas, para que o sabor da vitória tenha sempre um outro gosto, uma outra cor e gere sempre um novo sorriso.

Cartas a um Zé: Lamúrias de um sábado a tarde

Ah, vida.. Tem jogado duro.
A gente cai, rasteja. Chora a noite inteira por uma dor que nunca passa, num vazio que nunca acaba.
Eu juro que não ligo. Talvez já tenha me acostumado.
Sabe, Zé, eu levei tanto tempo pra perceber que o tempo leva tudo que hoje eu realmente já não sei a diferença entre esperar e perder tempo.
A gente está sempre acostumado a esperar que as coisas se resolvam sozinhas, e mesmo quando a gente faz algo para resolver o tempo vem jogar na nossa cara que nada depende apenas da gente.
Eu te confesso, Zé. Eu sou um fraco que tem brincado de ser forte, mas sempre que eu chego em casa.. Ah, quando eu chego em casa eu desabrigo tudo. É uma tortura.
Eu tenho tentado, eu te juro que tenho tentado. Mas não tem adiantado. Eu sei que nem tudo são flores e nem todas as coisas têm cores.
Já tem algum tempo que eu não consigo dormir porque sempre quando eu fecho os olhos eu me sinto como se estivesse morrendo. E lentamente eu estou.
Mas me diga, Zé: Todos nós estamos, não é?

O riso

Me admira a maneira
com que faz com maestria
aquilo tudo que eu nunca
sequer me atreveria 


Quando ri e se emociona
e sem jeito, então me ganha.
Pois me tira da tristeza
cada pingo de alegria

E toda vez que eu me esquecer
ela virá para me lembrar.
Com o brilho e a elegância
que coloca em cada piscar.
O riso é tudo o que nos resta
e o dela nunca me faltará.