Este é o meu único refúgio, a minha última fuga.
Um caminho traçado sem a esperança de qualquer retorno.
Sem mais palavras, sem mais encenações -
Passo pela porta sem olhar para trás.
Chamam de retrocesso, um revés.
Para mim, são os passos atrás que caminham para frente.
E as cem histórias sem riso vão compondo o meu caminho.
É uma nova batalha de uma guerra antiga
esquecida pelo tempo.
Eu estou sozinho e desarmado.
Deixando rastros ao marcar os passos
com uma ultima linha de esperança que alguém
os encontre antes que eu encontre o fim.
30 de dez. de 2017
2 de nov. de 2017
Cansaço
Eu a vejo cansada
de toda essa farsa.
Não força e disfarça,
não faça besteira.
Nem pense que a vida
passou por inteira.
Mulher jovem, sadia
não dispense a alegria
de um só sorriso.
E não deixe que os outros
lhe impeçam de ver
que o riso não cessa
nem cabe no lixo.
A vida recomeça,
Aprenda com isso.
O beijo
Um beijo técnico
é um grito calado.
Uma praia sem água,
floresta sem mato.
É um beijo sem beijo,
sem ardor nem desejo
É uma espécie de vicio,
um final sem os meios
É o ficar e partir.
É a vida no espaço.
O beijar sem a língua
é um beijo não beijado
Homenagem a Raul Pereira
Março, 30, 2017
FF
é um grito calado.
Uma praia sem água,
floresta sem mato.
É um beijo sem beijo,
sem ardor nem desejo
É uma espécie de vicio,
um final sem os meios
É o ficar e partir.
É a vida no espaço.
O beijar sem a língua
é um beijo não beijado
Homenagem a Raul Pereira
Março, 30, 2017
FF
Ódio em Lá menor
Emoção e razão já não cabem ali.
São conflitos internos que exalam
ódio e rancor. Por todos os lados, a todo instante.
A inveja que brota sobre aqueles que são, em verdade, cativa os que sabem que nunca serão.
Os que rastejam por pouco e perderam o encanto.
E no fundo serão esquecidos nos cantos,
comendo as migalhas jogadas aos pombos.
São conflitos internos que exalam
ódio e rancor. Por todos os lados, a todo instante.
A inveja que brota sobre aqueles que são, em verdade, cativa os que sabem que nunca serão.
Os que rastejam por pouco e perderam o encanto.
E no fundo serão esquecidos nos cantos,
comendo as migalhas jogadas aos pombos.
Notas de ódio
Pessoas não se compram, vendem ou descartam.
Mas muitas se comportam como se estivessem em prateleiras de supermercados, disputando o melhor cliente.
São programáveis, fazem o melhor e querem os melhores apenas quando lhes convém. Escolhem mais os inimigos que os próprios amigos.
Se amam eternamente até o ódio e o desprezo gritarem no mês seguinte. São terras de incertezas onde o “pra sempre” das juras tornam-se finitos.
As pessoas passam a vida se comportando como Campos de batalha. Usando umas como alvo e outras como munição. Sem nem se perguntar se há motivos para guerra, apenas espalham suas armadilhas esperando pelo caos.
Mas muitas se comportam como se estivessem em prateleiras de supermercados, disputando o melhor cliente.
São programáveis, fazem o melhor e querem os melhores apenas quando lhes convém. Escolhem mais os inimigos que os próprios amigos.
Se amam eternamente até o ódio e o desprezo gritarem no mês seguinte. São terras de incertezas onde o “pra sempre” das juras tornam-se finitos.
As pessoas passam a vida se comportando como Campos de batalha. Usando umas como alvo e outras como munição. Sem nem se perguntar se há motivos para guerra, apenas espalham suas armadilhas esperando pelo caos.
29 de out. de 2017
Erros
Éramos erros
Um para o outro.
E sempre soubemos
Que nada era certo.
Mas há quem acredite
Que tudo se ajeita
Num tempo distante
Num mundo qualquer
Onde há sempre desejos
Que escapam dos olhos
Na vista daqueles que já não enxergam
Mudando o que somos e o que queremos
Nós éramos erros
E errados seremos
Assim como os cometas
Por toda essa vida.
6 de out. de 2017
DEZ PARA AS CINCO
SEIS
Cá estou eu outra vez
A caminho do barco que
Corre entre os trilhos
SETE em ponto ela passa
E me abre um sorriso
“Bom dia, querido”
E o dia começa.
As NOVE, boto fé.
Mas que grata surpresa!
Um encontro às cegas
Na máquina de café.
DOZE e TRINTA já passadas.
Estou pontualmente
Meia hora atrasado.
Eu escolho o cardápio
E me sento no canto,
Pois lá está a TV
No canal que ela gosta.
Rindo aos prantos,
Cai um riso forçado.
Que coincidência,
Ela senta ao meu lado!
Alegria e tristeza
Não cabem no mesmo rosto.
Senhor do tempo,
pare a contagem.
Eu preciso de tempo
para tomar coragem.
TREZE E TRINTA
e nada acontece.
Mais um tempo perdido
Dentre todos passados
Bate as QUINZE
E eu me alegro:
Um café? Outro papo?
Um dia, quem sabe
Um assunto apareça.
Que não o trabalho excessivo
e o cansaço
DEZ PARA AS CINCO
O relógio dispara.
É uma pena.
Uma cena que sempre repete.
A alegria se esconde
e a tristeza me toma.
Ela passa sorrindo
E então vai embora.
Cá estou eu outra vez
A caminho do barco que
Corre entre os trilhos
SETE em ponto ela passa
E me abre um sorriso
“Bom dia, querido”
E o dia começa.
As NOVE, boto fé.
Mas que grata surpresa!
Um encontro às cegas
Na máquina de café.
DOZE e TRINTA já passadas.
Estou pontualmente
Meia hora atrasado.
Eu escolho o cardápio
E me sento no canto,
Pois lá está a TV
No canal que ela gosta.
Rindo aos prantos,
Cai um riso forçado.
Que coincidência,
Ela senta ao meu lado!
Alegria e tristeza
Não cabem no mesmo rosto.
Senhor do tempo,
pare a contagem.
Eu preciso de tempo
para tomar coragem.
TREZE E TRINTA
e nada acontece.
Mais um tempo perdido
Dentre todos passados
Bate as QUINZE
E eu me alegro:
Um café? Outro papo?
Um dia, quem sabe
Um assunto apareça.
Que não o trabalho excessivo
e o cansaço
DEZ PARA AS CINCO
O relógio dispara.
É uma pena.
Uma cena que sempre repete.
A alegria se esconde
e a tristeza me toma.
Ela passa sorrindo
E então vai embora.
Vida
Não se compra nem vende
Vida não tem preço
e não se transfere
A vida que bebemos
Não cabe no copo
Não se come num prato
ou se leva pra viagem
Vida que move, que inflama.
Chama que arde no peito e nos chama
Pra cima, pra baixo,
Pra fora e pra dentro
Soprando momentos
Levando e trazendo a todo instante
Sem prévio aviso aos navegantes.
A vida é um milagre que todos tem
Mas poucos conhecem.
O tempo que dura,
ninguém sabe ao certo.
Mas é melhor que seja assim.
Porque esta pode não ser justa
Mas é boa demais para ser desperdiçada.
Vida não tem preço
e não se transfere
A vida que bebemos
Não cabe no copo
Não se come num prato
ou se leva pra viagem
Vida que move, que inflama.
Chama que arde no peito e nos chama
Pra cima, pra baixo,
Pra fora e pra dentro
Soprando momentos
Levando e trazendo a todo instante
Sem prévio aviso aos navegantes.
A vida é um milagre que todos tem
Mas poucos conhecem.
O tempo que dura,
ninguém sabe ao certo.
Mas é melhor que seja assim.
Porque esta pode não ser justa
Mas é boa demais para ser desperdiçada.
30 de jul. de 2017
Ânimo
Há oito dias eu não sei o que é tomar um banho.
Há sete, estou sem tomar banho.
Tem seis dias que não vejo o sol.
Uns cinco que não saio do quarto.
Há quatro dias não falo com ninguém
e uns três que eu não como nada.
Há dois dias eu parei para pensar
e hoje eu deixei de me importar.
23 de jun. de 2017
[...] Mas há, ainda, aqueles que adoram fazer intrigas.Que pensam que um
simples contato pode atenuar um relacionamento ou enfraquecer uma
amizade.
Eu, porém, acredito que tudo depende do "grau de formação" que a cabeça possui . Uma mente mais aberta, não verá problemas. Uma mente egoísta, fará intrigas e anunciará batalhas...
Mas há algo que vai muito além de tudo isso - o que está em nosso interior.
Nota perdida de meados de Setembro/2010.
Eu, porém, acredito que tudo depende do "grau de formação" que a cabeça possui . Uma mente mais aberta, não verá problemas. Uma mente egoísta, fará intrigas e anunciará batalhas...
Mas há algo que vai muito além de tudo isso - o que está em nosso interior.
Nota perdida de meados de Setembro/2010.
14 de jun. de 2017
As migalhas de Zé
A vida foi sempre um aperto que vinha de todos os lados e terminava no peito.
E a minha única relíquia era ser forte. O suficiente para levantar depois de cada queda, pra sorrir depois de cada choro. Porque eu sabia que não ia parar.
Por todo esse tempo eu dissipei a dor. Enquanto jogado aos cantos rastejava por migalhas assim como fazem os pombos. E de olhos cheios, ria aos prantos. Mendigando aos tantos um motivo pra voltar a sonhar e esquecer que em toda essa vida eu nunca estive verdadeiramente bem. Foi sempre mentira. Foi sempre fingido.
Eu estou fadado a passar a vida conjugando verbos no passado. E isso não vai parar.
E a minha única relíquia era ser forte. O suficiente para levantar depois de cada queda, pra sorrir depois de cada choro. Porque eu sabia que não ia parar.
Por todo esse tempo eu dissipei a dor. Enquanto jogado aos cantos rastejava por migalhas assim como fazem os pombos. E de olhos cheios, ria aos prantos. Mendigando aos tantos um motivo pra voltar a sonhar e esquecer que em toda essa vida eu nunca estive verdadeiramente bem. Foi sempre mentira. Foi sempre fingido.
Eu estou fadado a passar a vida conjugando verbos no passado. E isso não vai parar.
19 de mai. de 2017
A nossa vez
Ninguém nunca entende
Nem eu, nem você.
São tantas diferenças,
mentiras e descrenças..
Tudo é estranho.
Parece até injusto.
Mas nada me tira da cabeça
que talvez nós estejamos errados.
Nas ideias, nos sentimentos,
na vontade de fazer a vida correr pra longe.
Não me escapa da cabeça
que talvez este tempo não seja o nosso.
Talvez, quem sabe,
ainda não seja a nossa vez.
Nem eu, nem você.
São tantas diferenças,
mentiras e descrenças..
Tudo é estranho.
Parece até injusto.
Mas nada me tira da cabeça
que talvez nós estejamos errados.
Nas ideias, nos sentimentos,
na vontade de fazer a vida correr pra longe.
Não me escapa da cabeça
que talvez este tempo não seja o nosso.
Talvez, quem sabe,
ainda não seja a nossa vez.
Eternos amantes
A tua beleza,
simpatia empática,
nostalgia dramática,
transitória tristeza.
Sorriso pulsante,
lágrimas cínicas,
olhares vagantes,
fusões químicas.
Chegada, um instante,
presença constante.
Um brinde aos guerreiros
e eternos amantes.
Janeiro 25, 2011
simpatia empática,
nostalgia dramática,
transitória tristeza.
Sorriso pulsante,
lágrimas cínicas,
olhares vagantes,
fusões químicas.
Chegada, um instante,
presença constante.
Um brinde aos guerreiros
e eternos amantes.
Janeiro 25, 2011
24 de abr. de 2017
Giovanna
Eis quem tira-me o sono
e a vontade da vida a só:
Querida pequena grande mulher
dos cabelos de fogo
e mistério no olhar
•
Da inquestionável façanha
de prender-me no espaço
onde o tempo não passa.
E turvar minha vista
para que nenhuma outra
me tente à conquista.
•
Do riso de canto
ao gargalhar.
Seu silêncio ecoa
e me põe a pensar:
- Teria esta vida
um destino qualquer
que não dedicá-la
à esta mulher?
e a vontade da vida a só:
Querida pequena grande mulher
dos cabelos de fogo
e mistério no olhar
•
Da inquestionável façanha
de prender-me no espaço
onde o tempo não passa.
E turvar minha vista
para que nenhuma outra
me tente à conquista.
•
Do riso de canto
ao gargalhar.
Seu silêncio ecoa
e me põe a pensar:
- Teria esta vida
um destino qualquer
que não dedicá-la
à esta mulher?
Amanda
Oh, doce morena
Menina-moça dos
olhos pintados.
Do riso que inflama
o ardor neste peito
nas noites roubadas
em puro desejo.
De um jeito único e
maravilhosamente
estabanado de ser
Simplista e elegante.
Apurado e prudente.
Na estrada da vida,
dois passos à frente.
Ardente como o fogo
Mas suave como a brisa do mar.
Forte feito uma tempestade
que invade e devasta o que encontrar.
A julgar pelos meios,
prefere os desfechos.
Bem como os detalhes
ao invés dos inteiros.
De uma vida meio morta
à um sonho meio vivo.
Ressurgindo da cinzas
Criou o próprio mundo.
De pouco em pouco.
De grão em grão
Ganhou não só a vida
Mas o mundo em suas mãos.
Menina-moça dos
olhos pintados.
Do riso que inflama
o ardor neste peito
nas noites roubadas
em puro desejo.
De um jeito único e
maravilhosamente
estabanado de ser
Simplista e elegante.
Apurado e prudente.
Na estrada da vida,
dois passos à frente.
Ardente como o fogo
Mas suave como a brisa do mar.
Forte feito uma tempestade
que invade e devasta o que encontrar.
A julgar pelos meios,
prefere os desfechos.
Bem como os detalhes
ao invés dos inteiros.
De uma vida meio morta
à um sonho meio vivo.
Ressurgindo da cinzas
Criou o próprio mundo.
De pouco em pouco.
De grão em grão
Ganhou não só a vida
Mas o mundo em suas mãos.
20 de mar. de 2017
Gole de sorte
Houve um tempo em que pensávamos grande
Onde tudo era 'nós'
e o mundo a nós pertencia.
Um tempo distante mas nunca esquecido
Referto de planos, afagos e risos
Um tempo de luta que não singular
De mágica crua, excêntrica e nua.
Foi-se o tempo em que o amor era forte
Hoje é só uma boa lembrança.
Um tempo querido,
um gole de sorte.
Março, 2017.
12 de mar. de 2017
Fuga
Esse medo não me assusta
Eu tenho garras pra lutar
E se preciso for
Por centenas de quilômetros
Descalço, eu pego a estrada
Eu quero encontrar
O mesmo que me trouxe aqui
E me fez crescer.
E até um chá pra envelhecer
Me fez tomar.
Saiu pela janela
E nem me deu adeus
Só quis que eu
Ficasse aqui
Respirando o mesmo ar
Sem ter ninguém
Pra conversar
nem pra fugir.
Alguém que possa interagir
Pra não morrer na solidão
Eu tenho garras pra lutar
E se preciso for
Por centenas de quilômetros
Descalço, eu pego a estrada
Eu quero encontrar
O mesmo que me trouxe aqui
E me fez crescer.
E até um chá pra envelhecer
Me fez tomar.
Saiu pela janela
E nem me deu adeus
Só quis que eu
Ficasse aqui
Respirando o mesmo ar
Sem ter ninguém
Pra conversar
nem pra fugir.
Alguém que possa interagir
Pra não morrer na solidão
8 de mar. de 2017
Escape
Sem vozes, cem coisas.
Cem horas, senhores.
Esboço um louco. Quem sabe um pouco..
Sou eu agora em meio à multidão.
Chorando risos, lustrando os riscos.
Gritando sussurros que os espante
aos murros.
É a dor que não, ah não.
Essa já não dói mais.
Já não assusta, não assalta nem insulta.
Só consome, comove e resiste em pulsar.
De veia em veia, de litro em litro.
É o ócio, a essência, a ânsia.
É a rústica história do amor pelo ódio.
Como uma lâmina que atravessa o peito
daquele que luta, que mata e morre.
Cem horas, senhores.
Esboço um louco. Quem sabe um pouco..
Sou eu agora em meio à multidão.
Chorando risos, lustrando os riscos.
Gritando sussurros que os espante
aos murros.
É a dor que não, ah não.
Essa já não dói mais.
Já não assusta, não assalta nem insulta.
Só consome, comove e resiste em pulsar.
De veia em veia, de litro em litro.
É o ócio, a essência, a ânsia.
É a rústica história do amor pelo ódio.
Como uma lâmina que atravessa o peito
daquele que luta, que mata e morre.
Doses de ódio
Tem vezes que minha cabeça ferve de um jeito que nem eu mesmo sei o que é que acontece ao certo.
E tudo o que quero é alcançar um estado de paz que aqui, nesta terra, parece que não há.
E então tudo começa a me irritar. As pessoas, as coisas, as situações... E eu prefiro me isolar de modo a não magoar ninguém. Porque por mais que eu meça as palavras, elas ainda soam rudes e rasgam indiferença e ódio.
Por não conseguir fazer que tudo saia como o planejado e que nada saia do controle.
Ódio por mim, por tudo e por nada.
E tudo o que quero é alcançar um estado de paz que aqui, nesta terra, parece que não há.
E então tudo começa a me irritar. As pessoas, as coisas, as situações... E eu prefiro me isolar de modo a não magoar ninguém. Porque por mais que eu meça as palavras, elas ainda soam rudes e rasgam indiferença e ódio.
Por não conseguir fazer que tudo saia como o planejado e que nada saia do controle.
Ódio por mim, por tudo e por nada.
1 de mar. de 2017
Cinzas
Do cinza nascem as cores.
Das cinzas brotam o todo.
O cinza e sua escala de tons.
Cinza todos são;
Cinza
Todos somos: Cinzas.
•
De cinza ao todo;
Do todo à todos;
De todos à tudo.
Do tudo às cinzas.
•
Esta é a batalha das cinzas:
Iguais em cor
Em guerra por tons.
Esta é a dor
O amor pela cor
Uma cinza que luta
por cada um dos seus tons.
//
Ao meu grande amigo e parceiro de muitas palavras,
Dario (Luke)
//
Das cinzas brotam o todo.
O cinza e sua escala de tons.
Cinza todos são;
Cinza
Todos somos: Cinzas.
•
De cinza ao todo;
Do todo à todos;
De todos à tudo.
Do tudo às cinzas.
•
Esta é a batalha das cinzas:
Iguais em cor
Em guerra por tons.
Esta é a dor
O amor pela cor
Uma cinza que luta
por cada um dos seus tons.
//
Ao meu grande amigo e parceiro de muitas palavras,
Dario (Luke)
//
28 de fev. de 2017
Nostalgia
Ela veio de longe
e não quer saber
se não puder voltar
Tem em suas mãos o poder
mas já não sabe usar
Luta contra,
não dá conta da dor
explode em seu lugar
Sobe e desce,
desaparece daqui.
Esconda o seu pulsar
Noite a dentro
em silêncio
se despede
Logo a conta já vem
pra então partir.
e não quer saber
se não puder voltar
Tem em suas mãos o poder
mas já não sabe usar
Luta contra,
não dá conta da dor
explode em seu lugar
Sobe e desce,
desaparece daqui.
Esconda o seu pulsar
Noite a dentro
em silêncio
se despede
Logo a conta já vem
pra então partir.
11 de fev. de 2017
Desejos
Como poderia
ver o azul do céu em meu dia
sempre em tons de cinza?
Vou me transportar para alguém.
Viver à moda antiga,
sem me preocupar com o que vem.
Ser o meu próprio guia
e não me disfarçar de ninguém.
Eu desejaria
uma vida com emoção.
E um brinde a cada dia
sem motivo, luta ou razão.
Soar uma cantiga
e adormecer ao sol da manhã.
Sonhando às escondidas
para não me despedir de ninguém.
ver o azul do céu em meu dia
sempre em tons de cinza?
Vou me transportar para alguém.
Viver à moda antiga,
sem me preocupar com o que vem.
Ser o meu próprio guia
e não me disfarçar de ninguém.
Eu desejaria
uma vida com emoção.
E um brinde a cada dia
sem motivo, luta ou razão.
Soar uma cantiga
e adormecer ao sol da manhã.
Sonhando às escondidas
para não me despedir de ninguém.
Tempo
Queria poder ter tempo
Tempo para poder ter.
Ter para que sobre tempo
Para que possa ter poder
Tem tempo que tem poder
E poder que não tem tempo
Que a tempo eu arrume tempo
de ganhar tempo e poder 'ter'.
Tempo para poder ter.
Ter para que sobre tempo
Para que possa ter poder
Tem tempo que tem poder
E poder que não tem tempo
Que a tempo eu arrume tempo
de ganhar tempo e poder 'ter'.
Enésimo dia
[...]
Este é o enésimo dia desde o início e exceto pelo fato de sermos iguais, já não somos os mesmos. E nem mesmo tudo o que dissemos está da mesma forma agora.
Iguais em diferenças, sempre fomos, sempre estivemos.
Me lembro de ouvir um certa vez que alguém que te magoa uma vez tem no mínimo 80% de chance de fazê-lo novamente.
Números são atrativos e apesar de serem bons para os negócios, para nós são meramente ilustrativos ou comparativos. Retratam a divergência, a diferença entre um e outro. Quem tem mais ou quem perde menos. E independentemente de onde estejam, nunca serão algo maior do que peças decorativas na vida de alguém. Assim somos nós também: contáveis, descartáveis como os números. Um número é bom enquanto nos satisfaz antes de perder a validade. E independente da qualidade, a quantidade sempre será mais atrativa. Ter um ou zero pode ser ruim. Mas se colocarmos um ao lado do outro teremos dez. Ou se temos um seis e olharmos de ponta cabeça temos um nove e então tudo será apenas uma questão de perspectiva. [...]
Este é o enésimo dia desde o início e exceto pelo fato de sermos iguais, já não somos os mesmos. E nem mesmo tudo o que dissemos está da mesma forma agora.
Iguais em diferenças, sempre fomos, sempre estivemos.
Me lembro de ouvir um certa vez que alguém que te magoa uma vez tem no mínimo 80% de chance de fazê-lo novamente.
Números são atrativos e apesar de serem bons para os negócios, para nós são meramente ilustrativos ou comparativos. Retratam a divergência, a diferença entre um e outro. Quem tem mais ou quem perde menos. E independentemente de onde estejam, nunca serão algo maior do que peças decorativas na vida de alguém. Assim somos nós também: contáveis, descartáveis como os números. Um número é bom enquanto nos satisfaz antes de perder a validade. E independente da qualidade, a quantidade sempre será mais atrativa. Ter um ou zero pode ser ruim. Mas se colocarmos um ao lado do outro teremos dez. Ou se temos um seis e olharmos de ponta cabeça temos um nove e então tudo será apenas uma questão de perspectiva. [...]
Despedidas
É ruim perder alguém que se gosta
ou algo que se lutou muito para conquistar.
Ninguém gosta de despedidas. Ninguém gosta de deixar o que ama mesmo que seja preciso.
Quando você olha ao redor e percebe o quanto o mundo está diferente. As perspectivas, a realidade.
Às vezes corremos na direção contrária só para tentar consertar algo que não podemos.
Repensar em uma maneira de evitar o inevitável.
Passamos a vida inteira querendo voltar no tempo. Ainda que por um instante para reviver um momento que seja.
E lamentamos tanto por não sermos capazes de aceitar a forma como as coisas estão.
Estamos sempre querendo mudar tudo e todos, o que me leva a crer
que a 'felicidade' é um estado consciente da satisfação.
Estamos bem, estamos felizes até que algo saia do lugar.
Não que seja ruim. Nem sempre é pior.
Mas nunca está bom. Nada está bom.
Talvez essa seja a graça da vida:
Perder para ganhar, morrer para viver.
ou algo que se lutou muito para conquistar.
Ninguém gosta de despedidas. Ninguém gosta de deixar o que ama mesmo que seja preciso.
Quando você olha ao redor e percebe o quanto o mundo está diferente. As perspectivas, a realidade.
Às vezes corremos na direção contrária só para tentar consertar algo que não podemos.
Repensar em uma maneira de evitar o inevitável.
Passamos a vida inteira querendo voltar no tempo. Ainda que por um instante para reviver um momento que seja.
E lamentamos tanto por não sermos capazes de aceitar a forma como as coisas estão.
Estamos sempre querendo mudar tudo e todos, o que me leva a crer
que a 'felicidade' é um estado consciente da satisfação.
Estamos bem, estamos felizes até que algo saia do lugar.
Não que seja ruim. Nem sempre é pior.
Mas nunca está bom. Nada está bom.
Talvez essa seja a graça da vida:
Perder para ganhar, morrer para viver.
Metades
Apesar da minha estranha timidez
nunca fui de meias palavras.
Sempre fui de falar muito.
Mesmo que do meu jeito, no meu tempo.
Das muitas coisas do passado, uma das das poucas que me recordo
é o quanto agradecia quando as redações não tinham limite de linhas.
Independente da história as minhas sempre viravam a folha.
O fato de odiar quando davam meio pão com salsisha na escola e o quanto me incomodava deixar uma questão pela metade na prova..
Talvez por isso eu nunca tenha gostado de relógios: As horas são inteiras apenas por um minuto.
Não consigo deixar nada inacabado ou malfeito.
Eu não sei pensar pouco. Não consigo olhar menos ou tocar pela metade.
Eu tenho que estar atento a tudo. Tudo me atrai, tudo me interessa.
Ah, se eu pudesse descrever o quanto eu odeio essas malditas metades..
Meias pessoas, meias saudades, meias verdades.
Eu mesmo prefiro andar descalço à estar de meias.
Porque eu não sei gostar um pouco
ou dizer meias palavras.
Eu não sei amar pela metade.
Sou um cara de excessos. Tudo pra mim é em excesso.
Porque eu não consigo me contentar com nada que seja raso.
nunca fui de meias palavras.
Sempre fui de falar muito.
Mesmo que do meu jeito, no meu tempo.
Das muitas coisas do passado, uma das das poucas que me recordo
é o quanto agradecia quando as redações não tinham limite de linhas.
Independente da história as minhas sempre viravam a folha.
O fato de odiar quando davam meio pão com salsisha na escola e o quanto me incomodava deixar uma questão pela metade na prova..
Talvez por isso eu nunca tenha gostado de relógios: As horas são inteiras apenas por um minuto.
Não consigo deixar nada inacabado ou malfeito.
Eu não sei pensar pouco. Não consigo olhar menos ou tocar pela metade.
Eu tenho que estar atento a tudo. Tudo me atrai, tudo me interessa.
Ah, se eu pudesse descrever o quanto eu odeio essas malditas metades..
Meias pessoas, meias saudades, meias verdades.
Eu mesmo prefiro andar descalço à estar de meias.
Porque eu não sei gostar um pouco
ou dizer meias palavras.
Eu não sei amar pela metade.
Sou um cara de excessos. Tudo pra mim é em excesso.
Porque eu não consigo me contentar com nada que seja raso.
Vinte e cinco
Estes são os meus vinte e cinco: Um terço de vida útil desperdiçada.
Tantas são as histórias..
Conheci muitas pessoas: Umas inesquecíveis. Outras eu apenas queria apagar..
E quantas foram as despedidas. Ah, esse número eu já não sei contar.
Tantas foram as vezes em que eu vi as pessoas indo embora e eu não soube o que fazer.
Tantas foram as lamentações, os arrependimentos.
Alegrias eu tive também..
Mas se pudesse resumir em uma frase eu diria que
'são 25 anos de acúmulo de decepções e escolhas erradas'.
Em todo esse tempo, muitos foram os amores. Quase sua totalidade não correspondidos.
Mas sempre acostumado a rir ao lembrar do quão comum
me parecia o fato de ser alguem que ama só.
E tantas foram as vezes em que usei outras pessoas para me manter afastado de quem eu amava mas já não estava mais ali.
Usei e fui usado - Descartado como uma roupa velha manchada.
Ah, e se eu pudesse contar quantas foram as vezes em que eu quis voltar no tempo só pra
reviver um momento.. Dizer o que não disse, fazer o que não fiz.
Quantas são as saudades..
Os detalhes e as mensagens nas linhas em branco de cada carta que escrevi.
Cartas essas que guardo (todas) e leio sempre.
Quanto eu quis mudar.. Em mim, nos outros. E quanto o pessimismo sempre me atrapalhou também.
Eu deixei empregos, pessoas, momentos. Todos presos num tempo que só eu sei o quanto doi lembrar.
Já não sei quantas foram as vezes em que os olhos se encheram nas madrugadas em claro
e com o peito apertado, uma tosse eu culpava.
As vezes em que eu tive medo e criava amigos para esquecer o quanto a solidão sempre foi presente.
E quantos foram os copos que virei em busca de redenção.
Buscando em outras coisas uma cura permanente para os problemas temporários.
Fazendo do silêncio a única saída, o único refúgio.
Quantas vezes me tranquei na imensidão do meu quarto implorando para que as coisas mudassem. Torcendo para que fosse importante para alguém. Rezando para que tudo ficasse bem..
A realidade por tras dos meus vinte e cinco
é que de todos esses anos, nenhum deles valeu a pena.
Eu não fiz nada, não fui ninguém.
Não deixei nada além de uma centena de notas tristes.
Desses vinte e cinco todos sempre foram vazios
assim como eu: sem cor e sem vida.
Tantas são as histórias..
Conheci muitas pessoas: Umas inesquecíveis. Outras eu apenas queria apagar..
E quantas foram as despedidas. Ah, esse número eu já não sei contar.
Tantas foram as vezes em que eu vi as pessoas indo embora e eu não soube o que fazer.
Tantas foram as lamentações, os arrependimentos.
Alegrias eu tive também..
Mas se pudesse resumir em uma frase eu diria que
'são 25 anos de acúmulo de decepções e escolhas erradas'.
Em todo esse tempo, muitos foram os amores. Quase sua totalidade não correspondidos.
Mas sempre acostumado a rir ao lembrar do quão comum
me parecia o fato de ser alguem que ama só.
E tantas foram as vezes em que usei outras pessoas para me manter afastado de quem eu amava mas já não estava mais ali.
Usei e fui usado - Descartado como uma roupa velha manchada.
Ah, e se eu pudesse contar quantas foram as vezes em que eu quis voltar no tempo só pra
reviver um momento.. Dizer o que não disse, fazer o que não fiz.
Quantas são as saudades..
Os detalhes e as mensagens nas linhas em branco de cada carta que escrevi.
Cartas essas que guardo (todas) e leio sempre.
Quanto eu quis mudar.. Em mim, nos outros. E quanto o pessimismo sempre me atrapalhou também.
Eu deixei empregos, pessoas, momentos. Todos presos num tempo que só eu sei o quanto doi lembrar.
Já não sei quantas foram as vezes em que os olhos se encheram nas madrugadas em claro
e com o peito apertado, uma tosse eu culpava.
As vezes em que eu tive medo e criava amigos para esquecer o quanto a solidão sempre foi presente.
E quantos foram os copos que virei em busca de redenção.
Buscando em outras coisas uma cura permanente para os problemas temporários.
Fazendo do silêncio a única saída, o único refúgio.
Quantas vezes me tranquei na imensidão do meu quarto implorando para que as coisas mudassem. Torcendo para que fosse importante para alguém. Rezando para que tudo ficasse bem..
A realidade por tras dos meus vinte e cinco
é que de todos esses anos, nenhum deles valeu a pena.
Eu não fiz nada, não fui ninguém.
Não deixei nada além de uma centena de notas tristes.
Desses vinte e cinco todos sempre foram vazios
assim como eu: sem cor e sem vida.
6 de fev. de 2017
Manhã incolor
Vi em cada lugarejo que passei
de todas despedidas que adiei
a sua foi a unica que eu quis
Teu sorriso me cantava de manhã
E quando as horas passam, é amanhã
a hora de se despedir chegou
Mas veja só
Quantas voltas este mundo dá
Todas as historias pra contar
quem estava viu e ninguém contou
Mas quem sabe o tempo volta
a ser o mesmo que passou
e ninguém pensou
que iria ser o fim
Quantas vidas se desprendem
do corpo em vão?
Quantas delas são pedidas
de irmão pra irmão?
de todas despedidas que adiei
a sua foi a unica que eu quis
Teu sorriso me cantava de manhã
E quando as horas passam, é amanhã
a hora de se despedir chegou
Mas veja só
Quantas voltas este mundo dá
Todas as historias pra contar
quem estava viu e ninguém contou
Mas quem sabe o tempo volta
a ser o mesmo que passou
e ninguém pensou
que iria ser o fim
Quantas vidas se desprendem
do corpo em vão?
Quantas delas são pedidas
de irmão pra irmão?
21 de jan. de 2017
Intenso
Tenso, atento
Suspiro e penso
A deixar o senso
Calado e denso
Falho, propenso
Ao erro intenso
Inspiro e concentro
Por fora, por dentro
O motivo, o momento
Um atraso em tempo
o segundo imerso
n'um lapso lento.
Suspiro e penso
A deixar o senso
Calado e denso
Falho, propenso
Ao erro intenso
Inspiro e concentro
Por fora, por dentro
O motivo, o momento
Um atraso em tempo
o segundo imerso
n'um lapso lento.
19 de jan. de 2017
Ser
Seja alguém que se espalha como uma noticia.
Como uma onda boa que inunda o coração de outrém
Alguém que não tenha rédeas.
Que saiba onde chegar, o que fazer e quando parar.
Seja alguém imprescindível,
de quem os outros sentirão falta,
e de quem todos possam lembrar um dia.
Seja alguém que surpreenda a quem quer que seja.
Que venha sem convites, que faça as suas surpresas.
Alguém que ajuda também com as coisas mais simples
e que não tenha medo de parecer ingenua demais ao fingir
que não sabe ou que não está vendo para elevar a confiança alheia.
Seja alguém decidido,
cirúrgico nas coisas frágeis, frio e calculista quando oportuno.
Seja alguém que ama e demonstre esse carinho.
Mas principalmente, alguém
que se importa com algo na vida alheia.
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