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20 de jun. de 2011

A minha espera

Eu espero pela lua,
que não quer brilhar de dia.
Espero pela água,
na fonte seca há mil anos atraz.
Eu espero pela música,
no silêncio que hoje habita meu quarto.

Eu espero por um olhar,
quando meus olhos me vêem cego.
Espero por uma faísca,
se as luzes estiverem todas queimadas.
Eu espero por uma dica,
neste jogo onde só é permitido ganhar.

Eu espero por um sorriso,
mesmo diante de tanta tristeza.
Espero por um abraço,
se minha proteção morrer antes de mim.
Eu espero por um destino,
mesmo que dure uma vida inteira.

Eu espero pelos momentos certos,
para que não haja precipitação/pressuposição.
Espero pela motivação,
quando as forças decretarem falência.
Espero pela vida,
quando a morte decidir se anunciar.

Eu espero por alguém que o coração escolhe,
que o amor aviva e que se revela.
Eu espero por você.

14 de jun. de 2011

Eu, por mim.

O meu coração eu tirei e o dei a alguém.
Alguém, você, quem?
Na escuridão é difícil enxergar.
A vida nos lança na parede.
Humilha, rebaixa, despreza!
Tudo que fazes é em vão.
Aqui as coisas pulsam, fluorescem. Mas do outro lado da cidade
elas rastejam pelo limo que foi criado por todas as lágrimas
que escorreram em busca de um coração.
Adormecidas? Há, só enfim!
As lembranças são tão vivas, ganham tanta vida.
Mas o que há de ruim nisso?
Isto não é um jogo, não há adversários.
Corremos todos para a mesma luz,
temos o mesmo objetivo.
O que há de tão diferente nisso?
Cada um escolhe um caminho.
As estradas mais bonitas são as que nos levam para os
piores lugares.
Onde não há nada além de pequenas doses de afeto.]
Essa vida só quer a sua.
Entregue-a e tenha sua alma vendida.
Mas é assim, cada um cada um.
Eu não sou ninguém para dizer porra alguma.
Falo por mim e sinto o que eu sinto.
Afinal, sou só eu por mim mesmo.

13 de jun. de 2011

Quando eu Crescer

Quando eu crescer
(Fell / Luke)

Traço o universo.
O amor de verso em verso aqui
Que é pra eu ninar você.

Em doses de afeto o coração pulsa incerto,
Suscita e aprende a viver

Vem colorir um novo começo sem fim
Em lembranças que ainda vão nascer

 -

O mundo é tão melhor agora
E desde que você chegou
Consegue ver vida lá fora?
É parte agora do que sou
Só não me deixe ir embora sem dizer:
Eu quero ser você, meu bem, quando eu crescer.

-

 Pequenos passos se abrigam no seu abraço
E talvez comece a perceber
Erros mundanos são o que nos tornam humanos
Espero, não vá se importar.
Se meu querer errar, será só pra lembrar que quer amar você.

Em cada linha vai estar
No seu pra sempre e só enfim.
Quando o infinito terminar
 E até aonde não se pode ver
Eu e você.

 -

O mundo é tão melhor agora
E desde que você chegou
Consegue ver vida lá fora?
É parte agora do que sou
O mundo é tão melhor agora
É parte agora do que sou
Só não me deixe ir embora sem dizer:
Eu quero ser você, meu bem, quando eu crescer.
Eu quero ser você, meu bem, quando eu crescer.

12 de jun. de 2011

Capítulo V

Vejam só, outra vez eu registro minha presença por estes caminhos!
Na verdade, não há nada de espantoso nisso.
Não há leões fora das celas tampouco peixes fora d'água.
Há esperança, ainda, no dia que está por vir.
No dia que nasce e deixa para traz a tristeza imersa nas noites
em que nada parece entrarno eixo..
Esperança no dia em que, frente ao espelho, olharemos para si e,
mesmo vendo todo o sofrimento, insistiremos em esboçar um sorriso
e nos convenceremos que está tudo bem.
A esperança de olhar nos olhos do próximo e ver a generosidade,
a humildade.
Pois não há velas que iluminam uma cidade inteira, durante a
escuridão.
Não há magias e nem histórias de felicidade sem antes a dor.
Porque não há só palavras e sinceridade, mas também amor.

11 de jun. de 2011

Capítulo IV

Enquanto as coisas vão acontecendo 
eu vou procurando adaptá-las ao meu ver, ao meu modo.
E quando me faço em silêncio, é (na verdade) quando mais estou conversando:
com Deus, comigo. Por fora, por dentro.
Eu fico pensando nas coisas. Vou criando situações, fazendo planos,
expondo sonhos.
Eu sei que na verdade são coisas minhas apenas, e eu não deveria contar a
ninguém. Ou talvez devesse. Na verdade, eu nem sei!
O que sei é a certeza das minhas vontades, dos meus desejos.
O que mais tento fazer é deixar claro o que sinto. As vezes isso até pode
passar 'despercebido', mas não é exatamente esta a razão de eu estar aqui.
Eu não sei se as recebe, mas todas as noites eu lhe mando mensagens na
intensão de lhe mostrar o quão sincero é tudo o que eu digo/sinto.
Se assim não te parece, peço desculpas.
Certa vez me disseram que quando temos sonhos, devemos correr atraz deles.
E não importa o que aconteça, devemos sempre tentar;Mesmo que eles não se
realizem e tudo tome um rumo completamente diferente do que queremos.
Eu gosto muito de você, e eu quero que saiba também o quanto é importante
pra mim.
E que não importa se tudo oque eu estiver fazendo for em vão, pois mesmo que
seja somente em mim, vou manter vivas as lembranças e válidas as palavras.
Porque eu não vou deixar de sonhar, tampouco amar, você.

Capítulo III

Eu vejo toda transparência toda a dor de um sofrimento.
A amargura de apenas mais um dia que se foi, levando consigo
a certeza de um desejo infinito.
Percebo as coisas ganharem cores à luz do dia
e envelhecerem em tons escuros ao cair da noite.
Eu posso sentir o meu sangue correr e o meu pulsar, na alegre lembrança
que guardo e levo onde quer que eu vá, onde quer que eu esteja.
Eu me prometo todas as noites estar vivo nos meus sonhos.
Agir consciente, ser realista.
Eu me prometo sempre ao acordar ser forte, ser confiante.
Ter o poder suportar todas as coisas e não desistir.
Eu faço em meu dia a alegria que tenho nos sonhos.
Na verdade, enquanto eu penso que estou durmindo viajo
incansavelmente em todas as direções, na esperança de um dia poder
entender o que se passa, saber prever seus pensamentos.
Minhas noites, distintas em si, pouco diferem umas das outras.
São vazias, abstratas. São estreitos corredores a meia luz que não
me levam a lugar nenhum.
Eu te escrevo todas as noites como se fosse a primeira vez.
Crio alogias, alusões.Me confesso e me revelo em cada palavra, em cada
verso.
Já não vejo mais maneiras de lhe mostrar o que eu sempre quis.
Eu te ofereço toda a minha insistência, a minha luta por este amor.
Eu te descrevo como a luz que me guiou por toda a escuridão.
Em cada abraço, cada sorriso.Todos os momentos (mesmo que raros e finitos)
eu eternizei em mim, para que possa viver sempre perto mesmo quando distante.

Capítulo II

Eu sempre quis ter o tempo que duram os sonhos.
Na verdade, os meus nunca tiveram vida extensa.
Frases e fatos me fizeram dar vida à minha eloquencia;
Verbos e sussuros suscitaram intrinsecamente algo em mim.
Ora equiparado, outrora divergente.
ora imanente, outrora autossuficiente.
Trágica situação, eis aqui a minha morada.
Partí do meu reino em direção a lugar nenhum.
Exilado, maltratado, faminto.
Vivendo pouco, meio morto, quase morrendo em mim.
Seguindo por uma trilha estreita, prenhe de espinhos,
tive inúmeras chances de desistir.Mas este não é o meu desejo!
Eu deixei um sonho para traz ao decretar o seu fim, e ao mesmo
tempo suscitei uma nova vida, imprimi uma nova historia; mas
mantive, sem alterações, meus ideais.A forma como eu penso e
conduzo pode não ser a esperada, mas isso é meu e ninguém pode
me tirar.
Eu fui seguindo aquela trila que, à inédita vista,
nada avistava.Não além do que a vista alcança!
Das velhas correntes, eu estava me libertando.
Poderia arriscar e esboçar um sorriso, mas eu estava firme.
Queria apenas declarar a minha vitória. Sobre o que? Nada!
Lutar e derrotar o nada é virar um copo vazio, a espera
de que alguma sensação seja despertada e, no entanto, sentir
somente a amargura da solidão, o frio sem nenhum perdão.

Exausto, eu fiz uma pausa (não tão diferente das demais).
Durante esse tempo, pude notar (em raro espaço) uma criança.
Esta me observava estagnada. Arrisquei um simples gesto com
as mãos e aquela criança desapareceu.
Espantado, ali fiquei. Até conseguir vencer a paralisia parcial
que me detinha.
Virei-me para traz e então uma mulher sorriu para mim.
Nada tão inovador, mas completamente diferente.
Minha admiração transcendia qualquer outra barreira que
pudesse existir naquele lugar.
Atônito, arrisquei novamente um aceno.
Seu sorriso estava para mim como o sol para as nuvens.
Seus olhos, reluzentes, extraiam o meu fascínio.
Ela se anunciou.
Naquele momento eu decidi mudar novamente os meus planos.
Aderindo novos sonhos, assumindo uma nova vida.
A ela eu prometi colher cada rosa que florescesse e cada fruto
que amadurecesse.
Mas em realidade, vou além.
Prometo-lhe, ainda, cada estrela que brilhar e cada lua que eu ver;
Prometo-lhe cada dia que clarear e cada noite que escurecer;
Prometo-lhe cada mundo, (mesmo que se desconheça), e cada finitude
na imensidão do infinito.
O firmamento transborda amor, que escorre pelas estreitas vias
interligadas à este mundo, ao meu mundo!
Lanço acima meu coração, na esperança de que em nenhum momento
deixe de ser preenchido por este amor, suprindo a sua ausente
presença.
Voando, prossigo; na certeza da persistência, da vida, do meu amor -

por você.

Capítulo I

 Eu tenho tentado não pensar, me conter, talvez até fugir;
Mas as circunstâncias não tem sido favoráveis.
Confesso que por muito tempo eu tenho me sentido um pouco confuso,
há diversas coisas que têm (em si) me desviado a atenção.
Mas são como desenhos impressos na areia, que são levados pelo mar
em determinado momento.
Os castelos seriam os grandes sonhos e as casas, os pequenos detalhes,
a convivência, o nosso dia-a-dia.
Casas e reinos inteiros erguidos na areia, um ser, uma vida suscitada
que, em poucos minutos, afunda-se, afoga-se, perde-se na imensidão
daquilo que se desconhece, que se denomina mar.
 Eu poderia fazer uma referência ao meu mar, dar a ele as suas características
e o seu nome. Fazê-la nele, e então você estaria demolindo meus planos,
meus sonhos e minha esperança.
Porém, após a sua passagem, cria-se um novo reino moldado à sua forma;
Gerando novos sonhos e planos, suscitando uma nova vida - a minha.
As coisas têm sido diferentes desde a ultima 'revolução' no mar.
Os tons de cinza ganharam cores, e as coisas, vida.
Não foi preciso nenhuma alteração de temperatura, as condições climáticas
se ajustaram e, naturalmente, os reinos, as pequenas casas e as vidas foram
vitrificadas, deixando de ser apenas "formas impressas na areia".

Gosto de fazer alogias, dar vida aos absurdos.
Falta de lógica, incoerência, indefinição.
Na verdade, não se faz referências, não se explica - se vive.
Gosto de expor o que penso, independente da repercussão
que isso possa ter;
Gosto de "labirintos", de sensações como esta que me consome agora;
Eu confesso, estou trêmulo;
Tenho pensado muito nisso tudo.
Eu confesso, não sei como estou fazendo isso;
Eu me rendo, eu gosto de você, gosto muito, de você!

3 de jun. de 2011

Eis aqui a minha renúncia;

Muitas vezes eu me pego em minha cama tentando descrever
o que acontece comigo durante as noites.
Pouca luz, folhas e uma caneta.É sempre da mesma forma!
Escrevendo em um caderno que, por algum motivo, eu o
chamo de libertação; a minha libertação.
Frente a mim, vejo eu mesmo junto a milhões de coisas
que passam pela minha cabeça, misturam-se a tinta preta
e escorrem pelo papel.
Em especial, esta noite tudo será diferente,
tudo o que tiver que ser dito, será; e nada mais.

Hoje eu olho no espelho e não consigo me ver.
Vejo formas, vejo cores, vejo um corpo, mas não sinto a
presença 'espírito'.
Vejo o que querem ver (não que eu tenha mudado para agradar
os outros), mas ao decorrer do tempo eu fui me ajustando,
perdendo minha essência, me tornando o que hoje eu lamento
tanto dizer - um monstro.
Sim, é assim que me vejo a noite diante do espelho.
Uma sombra opaca, sozinha, e nada mais.
Essa mudança me fez tão bem, que eu confesso que não pensei
o quão longe eu poderia chegar.
Eu estou sempre viajando, criei um céu, um universo.E por
incrível que pareça, ele nunca gira ao meu redor.
Sempre tive o grande defeito de me importar demais com os
outros, esquecendo de mim, passando-me para traz.Foi sempre
assim, e continua sendo, e isso eu quero renunciar,
independentemente do que possa acontecer.
Minha mente está sempre exausta, eu penso em diversas coisas
ao mesmo tempo. Tento resolver todos os problemas de uma
só vez. Os meus problemas? Não, os problemas que eu levo aos
outros, esses sim.
É estranho dizer e deveras confuso para se entender, mas é
este o grande impasse.
Certas vezes corremos tanto em busca de um bem maior que
esquecemos que somos apenas HUMANOS. Não há super-heróis!
Ninguém possui tamanha perfeição, ninguém se arrisca a extrair
da essência mais do que o seu limite psíquico.
Enlouquecendo! Eis aqui a palavra que me descreve agora.
Não é desistir, é cansar de andar sempre na mesma direção
e nunca chegar a lugar a lugar algum.
É estar sempre em confronto com a indiferença, mas ser sempre
passivo e admitir (assumir) a derrota.
É correr sempre sozinho, e nunca ver o retorno. É Andar sempre
pela reta esperando pela curva.
Deus nos presenteou, nos dando sabedoria.Mas esta muitas vezes
se revolta e nos traz erros e acertos em montes às escuras.
Como saber? Como identificar?
Pedimos a Deus que nos ajude, que nos mostre a direção, sempre
e em todo lugar. Que nos abra os olhos diante da escuridão e
que nos dê a confiança diante da imprecisão.
Mas esquecemos que nos foi dado tanta liberdade que nem mesmo
ele (o criador) pode interferir.
Cabe somente a cada um de nós tomar as decisões, só.
Tenho pensado muito em tudo que tenho feito e concluo:
Me desconheço.Profundamente, eu me pergunto quem eu sou, de
onde eu vim e o que faço aqui.
Tenho dito coisas que nunca antes havia dito, feito coisas que
jamais eu pensaria um dia fazer. Quanta mudança.
Eu lhes agradeço, mas este caminho está comprido demais. Estando
só ou não, eu preciso segui-lo.
Eu não tenho pressa, Deus me dá confiança e paciência todos os
dias; Me perdoa pelos meus pecados e me salva durante as noites
traiçoeiras.
Mas têm coisas que tem que mudar, têm que tomar um rumo,
tem que ter um fim!
Não há muito o que se fazer, o meu destino está traçado.
A partir de agora, seja o que Deus quiser!
Sempre depois de um fim, tem um novo começo .