O teu amor eu não tenho.
O teu riso não é meu
Nem mesmo o brilho dos teus olhos
O teu coração eu não tenho
As tuas noites não são minhas
Nem mesmo sou a tua alegria
À tua vida eu não pertenço
Nos teus sonhos, não estou
E nem faço parte dos teus plano.
Um só, mais um.
Contos e crônicas de um Zé.
15 de jun. de 2019
Teu
É teu o frio
A sombra do medo
O princípio ingrato
de um precoce adeus
Abandono da vida
Fronteira da escuridão
A iminente tragédia
Que espera o ancião
É teu o amor Que se esconde às escuras O rejeito que escapa A doença da cura O ardor que inflama A palavra não dita É teu o desejo De uma vida finita
É teu o amor Que se esconde às escuras O rejeito que escapa A doença da cura O ardor que inflama A palavra não dita É teu o desejo De uma vida finita
23 de mai. de 2019
Escândalos de sutileza
Não há sutileza nessa agitação toda.
É uma lâmina que desce pela garganta rasgando uma vontade descontrolada de pular para fora.
Uma imensa tempestade querendo tirar o que senti e sinto aqui no peito. Que bagunça e me revira inteiro para me mostrar o quão fraco eu sou por não conseguir escondê-lo. Fazendo chover nos olhos a saudade reprimida em cada até logo.
De ter um outro coração pra bater do lado de fora do meu porque um só não tem aguentado sentir tanto.
É uma lâmina que desce pela garganta rasgando uma vontade descontrolada de pular para fora.
Uma imensa tempestade querendo tirar o que senti e sinto aqui no peito. Que bagunça e me revira inteiro para me mostrar o quão fraco eu sou por não conseguir escondê-lo. Fazendo chover nos olhos a saudade reprimida em cada até logo.
De ter um outro coração pra bater do lado de fora do meu porque um só não tem aguentado sentir tanto.
1 de mai. de 2019
Cartas à um Zé: A tristeza de um Zé
Tudo corria bem. A vida estava boa até você chegar.
Eu tinha sempre companhia e nunca faltava alegria.
Eu tinha liberdade para fazer aquilo que bem entendia sem ter de me preocupar em carregar o peso da culpa que você trouxe.
Você chegou de mansinho e prometeu até ser breve.
Eu te alimentei, te dei abrigo. E quanto mais o tempo passava mais raizes você criava.
Enquanto era só as vezes, ainda estava tudo bem.
Mas então você começou a querer controlar o meu dia, a minha personalidade e as coisas a minha volta.
E de pouco em pouco assim o fez: consumiu tudo que eu tinha.
Eu
deixei de sair, de comer.. Larguei as pessoas que eu gostava de estar e
as coisas que eu queria fazer. Eu perdi a fé e até mesmo o amor próprio
de tamanho desprezo que eu tinha por mim mesmo.
Você me me levou tudo e me deixou na merda. Afogado, esquecido no fundo de um poço que, aos gritos, você me mandava cavar.
Certa vez eu me lembro de ter pensado em parar, mas até isso você parecia controlar.
Sabe, levou muito tempo pra eu perceber que no fim das contas já era tarde.
Eu
dançava feito um ventríloquo. Entrava e saía como se nem tivesse ido
porque no fundo era você quem estava no comando. Sempre foi você me
controlando.
Mas hoje, não. Não mais.
Hoje eu criei coragem e vomitei tudo o que estava engasgado e eu confesso que nunca me senti tão vivo.
Eu te escorracei e me prometi que nunca mais você vai voltar aqui para dizer o que devo ou não fazer.
Eu chorei, doeu. Mas retomei o controle.
Você levou tantos anos da minha vida que agora tudo o que me resta é esquecer que esteve aqui e recomeçar. Me reconstruir.
Eu sei que não posso evitar que você apareça, e pode ser que nos encontremos muito mundo afora.
Mas por mais que do outro lado seja só o meu reflexo no espelho, você, tristeza, nunca mais vai estar no comando. Nunca.
Cartas à um Zé: Fardos de um Zé
Eu sou a escória do passado
Um conteúdo oco, o aceite negado
A farpa no dedo, o riso fingido
Sou o presente do grego em um final corrompido
O veneno que inflama e corrói por dentro
O remorso que chama quando corre nas veias
Sou a tristeza no brilho dos olhos e o adeus escondido
Na cara, no gesto, por trás de cada sorriso.
Um coração apertado, a alegria de um fardo
Sou a nota que soa e o silêncio de um grito
A mentira contada num épico equívoco
Sou um achado pedido, um breve suspiro
O viver de um afago que foi reprimido.
Sou o caminho sem rumo, um lar destruído
Um livro sem capa,
Em branco
Num canto esquecido
Notas
Cada dia mais tenho a certeza de que estamos no
fim. E a cada dia que passa deixamos de nos importar enquanto somos
ofuscados pelos gourmetizadores da vagabundagem em sua luta pelo direito
de ser um ninguém.
E os que se dedicam e realmente se
importam com o que fazem, nada mais ganham alem da tristeza e revolta; a
prova cabal que nos traz a certeza da injustiça e impunidade.
Cartas à um Zé: Zé e a tristeza
É triste sentir-se inútil e irrelevante. Como se nunca acrescentasse nada na vida de alguém.
É triste olhar para o lado e perceber que todo mundo te ama, mas que
no fundo ninguém gosta de você. Porque ninguém lembra, ninguém parece
importar.
É triste acordar de ressaca depois de ter
bebido demais vendo tv no dia anterior. E então você segue bebendo
porque bêbado é o estado mais próximo da alegria que consegue alcançar.
É triste não ter pra quem contar sobre as coisas malucas que
acontecem na vida. Quando acontecem.. Quando você se sente vivo.
É triste..
É triste não ter pra quem ligar para perguntar se chegou bem, se deu tudo certo ou contar como foi o dia.
É triste não ter com quem dividir, e saber que pela vida inteira será alguém que ama só porque nunca foi diferente.
É triste estar perdido e sentir-se mal por nunca ter encontrado um
caminho que levasse a algo ou que fizesse você se sentir importante.
É...
É triste perceber que por mais que você tente a tristeza nunca irá embora. Porque ela é tudo o que você tem.
É a porta e a chave.
É tudo o você consome e aquilo te sustenta.
Notas
Nunca permita que algo ou aguém lhe impeça de ver o quão incrível é estar bem consigo mesma
e o quão bonito é sorrir mesmo que em meio as tempestades da vida.
Nem todo mundo se importa, nem todos querem o nosso bem.
Valorize aqueles que se sacrificam para te dar um mundo melhor, nem que seja por um único instante, nem que seja só diante dos olhos.
Este é o bem mais precioso do mundo.
e o quão bonito é sorrir mesmo que em meio as tempestades da vida.
Nem todo mundo se importa, nem todos querem o nosso bem.
Valorize aqueles que se sacrificam para te dar um mundo melhor, nem que seja por um único instante, nem que seja só diante dos olhos.
Este é o bem mais precioso do mundo.
1 de abr. de 2019
Tudo o que ela é - Parte II
Ela é fogo, é brasa.
É vontade da vida.
O chamado que insiste
E o que não se anuncia.
Ela é o riso de um choro.
Uma máscara viva.
É uma noite em claro
E a promessa de um sonho.
Ela é sol, tempestade.
Um errado acerto
É o curso de um rio
que deságua no peito.
Ela é o começo do nada
Fim da imensidão
Uma gota de tinta
No Teto do chão.
Ela é pergunta, é resposta.
O maciço vazio
A poesia infinita
Numa carta disposta.
Ela é o não que se esconde
dentro de cada sim.
O som que não se ouve
de um riso sem fim.
Assinar:
Postagens (Atom)