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29 de jan. de 2016

Cheio de vácuo

Tudo o que eu sei é que estou vazio, perdido no espaço que se criou em mim. Distante do que era e do que quero ser. 
Sentado pelas ruas, vou viajando pelas ondas que passam e atravessam ruas e casas. Eu estou voando agora. Posso me ver de longe, de cima. Fora de mim as coisas parecem tão diferentes...
E como é bom saber que existem cores e não somente aqueles tons de cinza. E ver esse monte de gente sorrindo e fazendo planos, contando os sonhos uns aos outros, compartilhando alegria.
Sabe Zé, há tempos eu já não sinto mais isso. 
Há tempos eu já não sinto mais nada. 
Nem amor, nem ódio. Nem alegria e nem tristeza. 
Eu nem sei se ainda resta um pouco de esperança aqui dentro. Parece tão distante, tão absurdo. [...]

13 de jan. de 2016

Pleiotropico

Eu ouço vozes. 
Eu vejo, eu sinto as coisas. 
Esboço um louco. Quem sabe um pouco..
Sou eu agora em meio à escuridão
Chorando risos, lustrando riscos. 
Gritando sussurros de esperança,
De Medo e libertação. 
É a dor que não, ah não, 
Essa já não dói mais.
Já não assusta, não assalta,  insulta. 
Me consome, comove e resiste em pulsar. 
De vêia em vêia, de litro em litro.
É o ócio, a essência, é a ânsia. 
É a rústica história do amor pelo ódio. 
Como uma lâmina que atravessa o peito.
Que liberta e floresce jardins
Que derruba as folhas quando traz a chuva. 
Que estremece  a terra e declara 
o fim. 

11 de jan. de 2016

Aurora

Mesmo que o dia acabe,
que as folhas caiam
e as flores morram.

Mesmo que a página vire,
que as palavras sumam
e o livro termine.

Mesmo que a noite chegue,
que a chuva desça
e os rios se encham.

Ainda que o tempo passe,
vejo que nunca muda.
E que jamais alguém
ousará tomar o lugar
que um dia foi, é, e sempre será seu.