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13 de set. de 2015

A vida segue ótima. 
Eu acordo com uma imensa vontade de continuar dormindo. 
Então levanto e desço as escadas. O tempo de tomar um café é o mesmo em que planejo o resto do meu dia. Ao fim, o copo vai para a pia e eu volto para a cama. "Próximo capítulo".
Tem sido sempre assim: De domingo a domingo, é sempre um 'sábado' qualquer. Os dias já não se diferenciam mais.
Bem, a verdade é que há muito eu não vejo nada de diferente, há tempos eu não sinto nada de diferente. É sempre o mesmo peso, sempre o mesmo vazio. A vontade de esquecer o mundo e simplesmente desaparecer incentivada pela  contagiante alegria de um homem só. 
Este sou eu, dentro de mim. 
Morrendo todos os dias para que possa sobreviver. 
Torcendo para que os dias acabem e eu não tenha que mentir dizendo que está tudo bem enquanto me afogo na solidão do escuro do meu quarto.
Eis o que sou, eis o meu mundo.

8 de set. de 2015

O início do fim.

Não, não existe um certo e um errado, apenas um padrão definido. E nós delimitamos essa definição  errando nos acertos e acertando nos erros que cometemos. 
Às vezes, caminhar para frente requer dar alguns passos atrás. Algo que não vem para todos, uma coragem acovardada que somente aqueles que arriscam tem. Porque a coragem não passa de um medo sem temor; Porque deixar de arriscar é desistir antes mesmo de tentar.
Mas ainda assim haverá aqueles que dirão que é prudência. Mas também não estarão errados. A vida é uma longa estrada que acomoda duas vias. Ora em uma, ora em outra. Mudamos de pista constantemente e é assim que a balanceamos. 
Mas o importante mesmo é nunca deixar de ter fé. Independente das crenças de cada um.
Ter fé em si, acreditar que o sonho é possível e lutar para que as mãos possam tocá-lo. Pois é isso que nos torna vencedores. Não para o mundo, comprado, vencido, feliz-fingido. Mas para si. Porque estas linhas compõem a nossa história e eternizam as nossas vidas, as nossas memórias. 

15 de jul. de 2015

Querida Mari.

Era uma noite bonita. 
No céu, brilhavam centenas de estrelas.
Ali estávamos nós, sentados no asfalto batido de uma rua deserta. 
Do violão soava uma bonita canção que falava da vida, da paz e do amor. 
O tempo passava e eu não percebia. 
Você tocava meus lábios de forma sutil. Um momento sublime contemplado pelas estrelas pregadas no céu.
Em meus olhos, o poder. A relação entre ação e reação química e física comprovado há tempos. 
Eu estava entrando em outra dimensão. Será?
Estaria eu voltando pra casa?
Um reino distante alegre e florido.
Os problemas se vão a cada beijo. Cada gota de suor do nosso amor liberado em forma de calor.
Fico eu a desfrutar do teu poder de sedução, de anestesia. 
Um toque, um sopro e você se vai. 
Fico eu a imaginar o que é, e tudo o que poderia ter sido.
A mão se eleva e você volta. Em um gesto de chamado tenho você em minhas mãos. Até que chega a ponta dos dedos e se vai definitivamente. 
Fico eu a delirar, sozinho, sozinho. 
A música chega ao fim e eu volto a realidade terrena. 
Fico eu na esperança de um novo encontro.
De voar novamente, e te levar para o espaço sideral, no meu céu,no meu mundo, na minha mente. 

Ah, Mari. 
Querida Marijuana.

19 de abr. de 2015

Um mais um milhão

As pessoas entram na sua vida com algum propósito.
Porque as coisas acontecem na sua vida por algum motivo.
E essas pessoas se tornam especiais quando te ensinam muito mais do que você pode ensiná-las. Quando você passa a se importar e se preocupar em saber como foi o dia dela. Se está tudo bem e se ela precisa de algo.
Porque estar perto não é só levantar copos em comemorações. Mas é fazer com que ela se lembre que você estará ali em qualquer situação. É fazer o bem com o mais simples que puder. Uma nota, um bom dia ou em palavras escondidas atrás dos olhos.
É somar, ser diferente e fazer a diferença.
Sim, anjos existem. E são a força para que você levante a cabeça e siga em frente... Tentando outra vez.

11 de abr. de 2015

Como saber muito pouco de muita coisa.


" Estamos diante de um momento impressionante quando o assunto é informação. Nunca houve tanta fluidez de dados sobre qualquer assunto. Nada se compara à força transformadora que a internet promove ao disponibilizar globalmente todo tipo de informação de forma ilimitada. Contudo, isso trouxe um efeito colateral assustador: a superficialidade.
Diante de tantas possibilidades, vemos cada vez mais a informação sendo compartilhada de forma fragmentada e sintetizada, tornando muito raro o momento em que alguém se envolve com todo o conteúdo disponibilizado, mesmo que este seja fruto de grande pesquisa e contenha dados relevantes para quem se interessa pelo assunto abordado.
Há muito mais interesse em manchetes e subtítulos, fazendo com que editores se preocupem mais com as audiências apuradas em “curtidas” e “compartilhamentos” do que com a profundidade da matéria, comprometendo, inclusive, a veracidade da informação. Parece que agora o mais importante é ter a informação, mesmo que não se queira saber nada a respeito dela.
Se alguém acha que saber sobre algo é igual a ver muitas coisas, certamente é uma pessoa rasa e que gosta de parecer intelectual. Um verdadeiro generalista superficial.
As pessoas estão cada vez mais rasas em seus relacionamentos, se comunicando de forma fragmentada pelo Whatsapp e similares, buscando ansiosamente uma resposta imediata para questões absolutamente sem importância ou urgência. Isso traz profundas consequências na construção do conhecimento, pois fragiliza completamente a formação de um repertório que permita as conexões entre as informações, limitando totalmente as capacidades criativas e até cognitivas.
Será que precisaremos de uma grande ruptura cultural para que esse cenário se altere?
Talvez sim, mas não acredito isso seja suficiente.
Em primeiro lugar, devemos mudar nossa própria atitude. Devemos exigir mais profundidade em nossas relações interpessoais, sermos mais criteriosos nos “posts” que curtimos e que compartilhamos e, principalmente, temos que nos aprofundar e focar nas questões que acreditamos que são de nosso interesse legítimo. Caso contrário, estaremos condenados a continuar vendo um mundo cada vez mais caótico e neurótico, com pessoas agindo sem saber para quê."


Por Sidnei Oliveira 

8 de abr. de 2015

O miserável

Estou vivendo perigosamente a beira de um abismo.
Com passos às cegas rumo a lugar nenhum.
Seguindo pelo mar pulando ondas em busca da sorte,  da pureza de espírito e leveza da alma,
Mas tudo o que levo são fardos. Os meus e os de todos vocês.
Estou correndo em busca de algo que mate a minha fome e  a minha sede. Estou virando copos vazios. Silêncios em mil palavras das quais eu nunca citei nenhuma.
Sonhando acordado quando deito a cabeça no travesseiro pensando no quão diferente são as coisas das quais eu  gostaria que fossem.
Fugindo de mim, trancado numa cela longe de um fim. Cumprindo sentenças por crimes não cometidos.
O peito ainda apertado comprime não só a dor, mas também a esperança. E com ela vão às lembranças.
Eu estou me tornando um ninguém. Rastejando por nada, comendo migalhas que os outros deixam cair assim como fazem os pombos.

22 de mar. de 2015

Noites que virei.

Sabe que, geralmente, quando me deito fico pensando nas coisas que fiz ou disse e o que poderiam ter sido ou ditas. Um balanço do que foi e o que poderia ter sido. Ai abro a janela e olho pro céu. Procuro a lua e as estrelas como pontos para uma paz, um refúgio.  E ai me lembra você. Na verdade com ou sem elas eu lembro de você. Mas é como se elas tornassem isso mais forte, mais  vivido. E me sentir mais próximo faz com que eu me sinta melhor. 
E eu fico pensando, fazendo planos até dormir. 
E assim vou, Vivendo essa realidade Até que eu acordo e percebo que não passavam de sonhos, seguindo os mesmos caminhos na tentativa de fazer com que se tornem realidade. 
Vão-se as noites, vem-se os dias. 
E os sonhos que ficaram adormecidos vão virando  lembranças de um passado que nunca aconteceu, mas que marcam nossa história como se tivessem acontecido.
É como um capítulo perdido, um verso esquecido em um livro que não foi escrito. 
Mas que todos sabem porque leram nos olhos de quem os criava. Dia após dia..

20 de mar. de 2015

As vezes

Sabe, às vezes fico pensando em coisas que poderia fazer, esboçando  palavras soltas esperando que se formem em verso para que eu possa recitá-los.
As vezes eu queria saber gritar, pro mundo inteiro ouvir. E quando eu  sussurrasse, apenas quem eu quero conseguisse ouvir, mesmo que estivesse distante.
As vezes eu queria saber de tudo. O que pensam, o que falam, o que fazem..

Mas sabe, outras vezes eu queria era não pensar. Agir no impulso, esquecendo a razão.
Gritar pra quem quisesse ouvir tudo aquilo que tenho direito de dizer, independente de onde seja. 
E ficar quietinho no meu canto, apenas vendo a vida passar, sem querer me mexer para não interferir na vida do mundo que há por aí. 

E eu passo a noite em claro, virando horas, dias, semanas pensando para não chegar à conclusão nenhuma. 
Alguns podem dizer que nao, e ainda saírem criticando por aí. 
Mas a vida é uma só, a gente vive enquanto ainda pode usufruir dos frutos que plantaram um dia. 

10 de mar. de 2015

Racionalidade

As vezes a gente simplesmente faz o que tem que fazer. Na razão, na emoção. Uns mais, outros menos. 
Para uns dói mais, para outros é apenas um risco. 
Decisões existem para serem tomadas. Uma a uma, no seu tempo, cada uma do seu jeito.
Não é e nem há nenhuma regra, apenas uma forma de marcar a sua existência.
De mais a mais, a gente vive. Porque ninguém vai lembrar se não fizer nada que não seja comum. 

2 de mar. de 2015

Dois dos três

É difícil se manter vivo, é difícil se manter em pé quando todos estão olhando para você e tudo parece não ter mais fim.

Cada passo, cada movimento, tudo tem que ser friamente calculado.

A vida inteira passa pela sua cabeça a todo instante e a unica certeza que se tem é que nada pode dar errado. [...]

21 de fev. de 2015

Depois da meia noite


Eu sei que já é tarde e você deve estar dormindo agora..
É que eu não consigo dormir. 
Aliás, há algum tempo eu já não consigo fazê-lo. 
Eu fico deitado e, olhando para o teto, fico pensando em algo que me ajude a esquecer um pouco o dia de amanhã e dormir, descansar. Mas aí eu lembro de você. Aliás,  nos últimos dias tudo me lembra você. 
Eu penso em te ligar e.. Não, não. 
Então eu fico contando o tempo para... Mas para que mesmo?
Não, pera. Vamos tentar de novo...
Eu fico deitado e.. Lá vem você de novo [...]

Então eu fecho os olhos. O corpo responde e eu durmo. Mas a minha mente não desliga. 
Então eu sonho.
Espera. Eu conheço esse sonho, esse personagem.. É o mesmo da noite passada!
Mas por que será que eu sonho sempre com a mesma coisa?

O sol então começa a levantar o dia. 
Pouco a pouco vai pintando o céu. Da até para ver desenhos nas nuvens. 
Ah, eu mal posso esperar. Me levanto com o intuito de fazer algo diferente. Algo que me torne alguém melhor.  Eu preciso buscar uma inspiração para ..
" - Não, não. Respira fundo, Zé.
Sente a brisa que está chegando.
Preciso muito te dizer uma coisa.."
Ah essa voz que inside na minha cabeça, ela não pára..
Mas eu não posso negar, eu gosto dela!
Me lembra dos sonhos que tenho e o brilho que suscita nos meus olhos quando falo de você. 
Ah, e se não fosse por ela.
Bom, se não fosse por ela eu lembraria da mesma forma! Porque essa voz é o que eu penso, são meus sonhos, meus desejos.
E que não seja diferente, porque essa voz sou eu também

17 de jan. de 2015

É mentira, Zé!

Olha que tarde. Faz um calor danado aqui hoje.
Eu estou disfarçado de 'eu' e ainda esta funcionando. (eles estão acreditando).
Sabe, Zé, eu ainda estou tentando comprovar a 'mentira involuntária' que transportamos durante o dia, quando franzimos a testa para enxergar.
Muitos não conseguem fazer isso sem esboçar um sorriso. E ai os outros passam e acham que elas estão felizes.
Mas a noite, não. Ah, as noites..
A noite as pupilas dilatam e revelam a cor e o brilho dos olhos.
Será que é por isso que a noite temos mais expressão?
Então as pessoas se julgam por nada, Zé?
Será que a minha teoria esta errada?
Não deixa ninguém descobrir não, Zé. Podem achar que eu estou ficando louco.

E agora, Zé?

Já é madrugada.
E outra noite linda como se pode ver.
Eu tenho pensado em centenas de palavras e mais algumas outras que pudessem expressar este momento.
Eu tirei a minha capa e tentei dormir um pouco. Não consegui, dai então eu vim aqui fora apreciar a beleza do céu.
Está amanhecendo, Zé.
Parece que vai ser um dia bonito lá fora.
Mas e aqui dentro?
Logo será de manhã e eu não sei se lamento por um dia a menos ou se vibro por um dia a mais.
Isso tudo está se tornando um fardo e eu tenho medo de não aguentar.
Eu não quero mais ter de vestir máscaras pela manhã. Sabe Zé, uma hora a gente cansa de vender sorrisos. E sabe por que? Porque ninguém mais compra. A gente passa o dia todo sorrindo e fingindo ser o que não somos e a noite é igual. Porque os problemas não desaparecem. Eles somam e vão ficando cada vez mais difíceis.

Sabe, Zé, quando eu deito a noite eu confesso tudo pra mim mesmo. Me surpreendo quando descubro que tem coisas que eu escondo de mim. Os outros? Ah, eles sempre me esconderam. E são sempre 'os outros' não é mesmo?
Mas eu estou mesmo preocupado comigo, Zé.
Acho que acabei fazendo algo que não deveria.
Você promete que não vai me julgar?
Bem, talvez eu deveria. Era noite e eu estava sem máscara.
Mas o problema é que todo mundo viu, e você sabe, eu não consigo esconder coisas.
As vezes eu queria aprender a mentir viu, Zé.
Que bobagem.
Mas e omitir, eu posso? Talvez assim eu consiga me enganar. Quem sabe?
Eu só não quero voltar a vestir aquelas máscaras daqui a pouco.
Eu não sei mentir, eu não sei fingir, Zé.

"O outro"

Esta noite está divertida. Mas não é isso que mandam a gente fazer?
Quando a gente chora e escreve aquele monte de palavras perdidas e profundas. Quando a gente se apaixona e enche o saco dos amigos com aquela melação toda.
Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir?
Estou apenas obedecendo todo mundo. Não é isso que chamam de "super divertido"?
Beber e fumar, dançar e chegar tarde em casa. As vezes, nem chegar em casa, apenas envelhecer e não sentir nada!
Sabe Zé, no começo doeu "não sentir nada". Mas eu consegui. Hoje eu não sinto nada. Nada. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era bela e admirável, Zé. Mas ninguém a entendia, ninguém a acolhia. Todo mundo só abusava dela.
Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não a possuo mais. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto, não é? Posso me considerar um super-heroi por isso?
Bate aqui no meu peito, Zé. Ouça o barulho, sinta a brisa, como as ondas quebrando nas pedras.
Hoje tem risada alta, tem festa, tem música.
O senhor promete não me julgar, Zé? Eu sei que você se atrapalha, liga aqui pra cima e fica até mudo. São tantos nomes, não é? Mas é só fazer que nem eu: chama todo mundo de "o outro". Todos são "os outros". Porque os de verdade, Zé, os de verdade nunca estão por aqui.
A gente senta, pensa e risca algumas frases num papel.E no outro dia, a gente acorda e vê que tudo está diferente, os outros foram embora e levaram tudo!
Mas ainda amanhã é um novo dia. Um novo "outro" qualquer. Eu queria te dizer que eu sinto muito, Zé. Mas eu não posso te dizer isso porque a verdade é que eu não sinto mais nada.
Nadinha, Zé!