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15 de dez. de 2014

O mal da humanidade

O mal da humanidade é a competição.
O que gera a luta, a raiva. O sentimento de ódio para com o próximo. Medalhas, troféus. O sorriso de quem levanta a taça e a decepção de quem gostaria de estar lá.
A culpa que alguns se colocam por não atingirem uma determinada meta, o desperdício de talentos que se afundam na própria dor.
O mal da humanidade está no esporte, dentro de casa e no trabalho.
Das brigas em família às disputas por cargos e salários.
Desconforto, alegria. Há inveja aos selecionados.

O mal da humanidade está em mim, em você e em tudo o que existe.
Porque o mal da humanidade é o próprio homem e a própria vida que ele leva.

21 de out. de 2014

William

Eu nasci e fui criado numa caverna. 
Desde pequeno, eu tinha o sonho de fazer algo que marcasse a história, de ser alguém importante. Mas o tempo se encarregou de me tornar apenas mais um senhor que cultivou  a paz e o amor na nossa comunidade. 
Hoje eu entendo que este foi o meu grande feito! Isso para nós é o mais importante, é o nosso legado. 

Aqui nunca nos faltou nada. Do líquido que nos mata a sede à aves, terrestres e peixes (como conhecemos). 
Consideramos isso uma imensa riqueza e nos orgulhamos muito de cultivá-la. 

Aqui na caverna, todos somos iguais. Indiferente do tamanho e da cor. Tem uns amarelos, outros mais escuros e outros são branquelos. Mas acima de tudo nos amamos e nos respeitamos, preservando a espécie com o ótimo relacionamento que temos uns com os outros. 

Por aqui os mais velhos ditam as regras e contam as histórias. E são muitas!
Falam do mundo externo sobre guerras, poder, ódio, vinganca e tantas outras coisas que nos dão medo só de pensar. 

Certa vez perguntei a meu pai por que, nas histórias, os mais fortes sempre venciam. Ele apenas me olhou. Eu me lembro como se fosse ontem. Ele se foi e nunca conseguiu me responder. 

Meu pai dizia que os mais inteligentes se trancavam em cavernas (assim como nos) e lá passaram o resto de suas vidas sem contato com o mundo externo. 
Já tive vontade de sair daqui algumas vezes, mas sempre que penso nesta loucura ouço a voz de meu pai dizendo quanta inveja, violência e deslealdade o homem dissemina mundo afora. 
Eu então faço mais um desenho e brinco com a criançada. 

Vez ou outra alguém foge daqui. Mas logo volta, assustado, em pânico, louco. 
Falam que as pessoas se matam, que as coisas andam sozinhas e que tem aves gigantes cagando fogo por todo lugar!
Eu queria que o mundo lá fora fosse igual ao nosso e que meus filhos pudessem desfrutar de uma vida fora de uma caverna, mas sei que  isso não acontecerá tão cedo. Então a gente mantém a mesma vida, a mesma rotina há muito tempo.

Mas independente de todos os sonhos e promessas não cumpridas, sou um homem realizado. Criei 2 filhos e já tenho 2 netos. O segundo nasceu há pouco, mas sei que pouco curtirei ele. Eu estou velho, já, e sinto que preciso descansar. 
Eu só peço  mais amor, e antes de dormir, faço uma breve oração agradecendo por tudo o que temos e por cada um de nós. 

Eu sou William, câmbio desligo.

15 de set. de 2014

Miseráveis de amor

Mas mesmo que as coisas não caminhem bem  ou não saiam como planejamos, temos que fingir que está tudo bem.
Já não nós machucamos mais, nao é?
No lugar de um coração acomodamos pedras, que batem todo o tempo na espera de um tropeço, de mais algum fracasso.
Pois assim somos, miseráveis de amor. Porque faz parte do mundo.. Porque nós somos o tudo e o nada.  Parte do todo, parte do mundo.  

14 de set. de 2014

Lembranças



Um outro dia, uma outra fase, um novo momento.
Vejo que os muros estão subindo, separando nossos mundos.
E todo o tempo que passa e hoje se perde, amanhã retorna.
Um ciclo ou uma grande roda que gira, como cartas mal embaralhadas.

Eu me solto, me afasto.
Procuro você em outras pessoas.
Mas certa vez eu fiz uma promessa e isso martela a minha cabeça.
É difícil dormir e não sonhar. E ao acordar, não pensar..
Voltar à estaca zero. As vezes o tempo contraria as nossas vontades.

Não é fácil vir aqui.
E não há um momento certo para isso.
Não há palavras certas e nem mesmo um lugar para que elas sejam ditas.
Mas ainda que estas existissem, ainda assim seriam poucas, pequenas.

Foram promessas e juras. Um deserto de sonhos desfeitos.
E como não lembrar aquela tarde? E todas as outras que vieram depois..

Lembranças que ficaram e resistem.
Que se vão pela manhã e, ao olhar a sua foto, retomam a sua trajetória.
E levá-las comigo faz com que eu me sinta melhor, importante.
Sinto como se pudesse cuidar, mesmo de longe. Olhando para o teu sorriso, encantado pelo brilho dos seus olhos.

Ai você me diz que não é única..
De fato, são bilhões por todo o mundo,
mas é o coração quem escolhe, se aproxima e ama.
E o meu, escolheu você.


Carta enviada em Julho/14

9 de set. de 2014

Alguém?

[..] não importa o quão diferente você tente ser, pois para os outros você será apenas mais um. Porque a verdade é que ninguém nota, e ninguém nunca vai notar. 

Nós todos

Nós todos queremos algo mais.
Nós todos queremos algo estranho para nós
Talvez uma rolada na sujeira ou talvez um assento na
primeira classe.
Nós todos queremos algo que nós não podemos ter..

8 de set. de 2014

Um qualquer.

Um lugar, qualquer lugar. 
Um dia qualquer de uma vida qualquer. 
As coisas mudam dependendo da forma como você as vê. 
Pense em um dia de chuva, talvez ele seja um belo dia se sol. Ou uma grande festa em silêncio. 
Você se sente ok?
Porque é assim que agente sente, dessa forma a gente vai.  Dia após dia..
Porque as coisas mudam, mas nós permanecemos os mesmos. 

20 de jan. de 2014

Feito de que?

Eu sou assim.
Do tipo que liga, do tipo que se importa. 
Do tipo que brinca, que faz de tudo para arrancar um sorriso. 
Do tipo que olha nos olhos, mas que sempre enxerga com o coração.
Um viajante em qualquer lugar, parte da vida, parte do todo.

15 de jan. de 2014

As vezes

As vezes eu queria ser forte. Forte o suficiente para tomar as pancadas da vida e ainda assim permanecer de pé.

Ser vivo o suficiente para trazer a alegria às pessoas, vê-las sorrindo, cantando, dançando..

 

As vezes eu queria ser jovem ainda, e poder fazer tudo aquilo que eu queria ter feito e não fiz. Dizer o que não foi dito, viver o que não foi vivido.

 

Outras vezes eu queria apenas voltar no tempo para consertar os errros que cometi e não viver da saudade da epoca em que um simples "acordar" era motivo de alegria e satisfação em estar vivo.

 

Mas eu olho no espelho, não vejo mais aquele rapaz alegre de antes. Não há sorrisos e nem aquele brilho nos olhos . Não há mais motivos que me façam acreditar que isso, um dia, irá mudar.

Não, isso não vai passar!

 

Independente disso tudo, eu sei que deve haver alguma razão para isso. É o que dizem por ai: DO manoel da padaria ao Zé sentado na esquina. A dificuldade é igual para todos.

Mas eu não poss oreclamar, afinal faz parte da minha história, do meu legado. O meu crescimento pessoal e espiritual é baseado na saudade que eu enho da vida que levava há alguns anos.

Bons anos, bons tempos.

Sim, eu sei que eles não irão voltar, mas pensar assim fortalece a minha esperança, a confiança e a minha fé.

 

Felipe Falarara

13/01/2014 10:30 am