Pages

19 de mai. de 2011

A minha promessa: o meu amor.

Eu sempre quis ter o tempo que duram os sonhos.
Na verdade, os meus nunca tiveram vida extensa.
Frases e fatos me fizeram dar vida à minha eloquencia;
Verbos e sussuros suscitaram intrinsecamente algo em mim.
Ora equiparado, outrora divergente.
ora imanente, outrora autossuficiente.
Inferente dedução.

Trágica situação, eis aqui a minha morada.
Partí do meu reino em direção a lugar nenhum.
Exilado, maltratado, faminto.
Vivendo pouco, meio morto, quase morrendo em mim.
Seguindo por uma trilha estreita, prenhe de espinhos,
tive inúmeras chances de desistir.Mas este não é o meu desejo!
Eu deixei um sonho para traz ao decretar o seu fim, e ao mesmo
tempo suscitei uma nova vida, imprimi uma nova historia; mas
mantive, sem alterações, meus ideais.A forma como eu penso e
conduzo pode não ser a esperada, mas isso é meu e ninguém pode
me tirar.
Eu fui seguindo aquela trila que, à inédita vista,
nada avistava.Não além do que a vista alcança!
Das velhas correntes, eu estava me libertando.
Poderia arriscar e esboçar um sorriso, mas eu estava firme.
Queria apenas declarar a minha vitória. Sobre o que? Nada!
Lutar e derrotar o nada é virar um copo vazio, a espera
de que alguma sensação seja despertada e, no entanto, sentir
somente a amargura da solidão, o frio sem nenhum perdão.

Exausto, eu fiz uma pausa (não tão diferente das demais).
Durante esse tempo, pude notar (em raro espaço) uma criança.
Esta me observava estagnada. Arrisquei um simples gesto com
as mãos e aquela criança desapareceu.
Espantado, ali fiquei. Até conseguir vencer a paralisia parcial
que me detinha.
Virei-me para traz e então uma mulher sorriu para mim.
Nada tão inovador, mas completamente diferente.
Minha admiração transcendia qualquer outra barreira que
pudesse existir naquele lugar.
Atônito, arrisquei novamente um aceno.
Seu sorriso estava para mim como o sol para as nuvens.
Seus olhos, reluzentes, extraiam o meu fascínio.
Ela se anunciou.
Naquele momento eu decidi mudar novamente os meus planos.
Aderindo novos sonhos, assumindo uma nova vida.
A ela eu prometi colher cada rosa que florescesse e cada fruto
que amadurecesse.
Mas em realidade, vou além.
Prometo-lhe, ainda, cada estrela que brilhar e cada lua que eu ver;
Prometo-lhe cada dia que clarear e cada noite que escurecer;
Prometo-lhe cada mundo, (mesmo que se desconheça), e cada finitude
na imensidão do infinito.
O firmamento transborda amor, que escorre pelas estreitas vias
interligadas à este mundo, ao meu mundo!
Lanço acima meu coração, na esperança de que em nenhum momento
deixe de ser preenchido por este amor, suprindo a sua ausente
presença.
Voando, prossigo; na certeza da persistência, da vida, do meu amor - por você

Bruna Sevilha!


Felipe Falarara Gampires