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17 de set. de 2010

Veja, você mesmo.

Eis aquele que sozinho caminha,
Aquele que vê todos partirem
mas insiste em ficar,
Aquele inconsequente e manipulador,
Transformador universal,
torna tudo benéfico a si mesmo.
Aquele que reduz tudo a unidade
sem ao menos se perguntar a que
se reduz a unidade,
Aquele que não transparece,
se impõe de forma bruta.
Incoerente e incredulo;
Diz coisas sobre as quais nao tem
mínimo conhecimento,
Minimiza ideias opostas
e critica a forma natural;

Diz se tratar de um futuro desconhecido, ainda distante.
Em verdade, a evolução humana torna ainda mais
próxima a existencia deste ser.
Prove-o, desfrute-o.
Veja, você mesmo!

O fruto

Lá fora, o sol brilha.
Me transporto, na esperança de encontrar a mesma essencia que essa tarde exibe.
O céu, risonho e limpido, festeja a chegada de um bem maior.
Algumas nuvens tornam o dia mais exuberante.
Nestas nuvens eu implico formas e significados, respostas.
Sem resultados, repouso sob a sombra de uma arvore.
Eu nem adormeci ainda e um fruto despenca sobre mim.
Fruto este muito belo.Exibe suas cores com imensa alegria.
Um belo degradê em escalas de vermelho e verde o torna plausível.
Nas extremidades, formas côncavas e convexas.

SUPEREGO

Meu superego exagerado
Cheio de si está tão vago
Cansou de ser o bicho-homem
Na imensidão que lhe consome
E não quer mais viver assim
Não quer mais ter que tomar conta de mim

Os inimigos podem me ouvir
Se faltar pulsação pra poder sentir
Os meus próprios espinhos
Sorrisos falsos vão me divertir (quando estiver sozinho)

Fato é que esqueci de quem eu sou
E já não sei mais quem quero ser
A inocência adulta já não cabe mais
Na criança que não quer crescer

“Venham todos, tragam suas faces sisudas e as máscaras de hipocrisia. É com muito orgulho e satisfação que a companhia de palhaços do admirável mundo louco apresenta agora a batalha entre os egos”.

O consciente é ilusório
E o que é real se faz simplório
Não há razão que me transforme
Indiferente e uniforme
Acho que já dormi demais
Sonhar já não me deixa em paz

Dê-me afeto em porções de ração
Doses de paz em cores de prisão
Camisa de força pra me segurar:
Bala, arma. Saber atirar

A alma

Eis a alma que vaga solitariamente entre os demais,
Que faz da escuridão o seu lar e a vitória sua missão.
Eis a alma solitária que encontrou o caminho da felicidade,
Que viu a luz acenter no fim do túnel.
Eis a alma que não mais solitária é,
que fez de simples escalas de cinza um degradê em tons de ciano, magenta e amarelo.
Eis a alma que retorna a sua missão,
e que após muito tempo ofuscada na escuridão,
sorriu novamente.