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16 de jul. de 2016

Oportuno

Tudo o que eles querem é o pouco que você tem.
Dinheiro, status, alegria. O que mais?
A munição que falta é a fé que te sobra.
A luta pelo justo, a esperança de uma morte natural.
Guarde suas lembranças num porta retrato ou em algum copo junto a dentadura.
Do engenho surgem os pastores guiando seu rebanho cego rumo à luz. Perdidos, vendidos.
Estes são pequenos grandes ladrões, de almas, de mentes. Estruturas vazias manipuladas por um único sentimento frio, calculista e aproveitador.
Oportunismo nato!

Saudade

"Saudade" tenho muitas. 
Do que eu tinha, de quem eu era. 
E a verdade refletida nos espelhos se espalha pelos cantos da sala vazia. Onde antes tinham móveis, pessoas e sentimentos, hoje são apenas sombras de um meio dia vago. 
E do todo, nada me resta. Meu egoísmo levou tudo. E nem mesmo ele está aqui, agora. Nem para tomar um café enquanto se diverte vendo as pessoas rirem de como tudo passou tão depressa e eu nem sequer pude notar elas indo embora. 
Só peço para que no fim tudo faça algum sentido. 
E que diante da morte não me falte a certeza de que, ao menos por um momento, a vida valeu a pena. 

10 de jul. de 2016

Desiguais

Somos desiguais: Nas cores, nos timbres, nos gestos. Não importa para onde vai e nem para que, para um sujeito que carrega a bipolaridade, tanto faz. Um tanto faz. E faz com que as coisas mudem repentinamente e por vezes até de forma violenta. Para alguém que rema solitariamente na escuridão não há muita diferença entre cansar e prosseguir. Neste mundo, a verdade é que a mesma se esconde entre sorrisos falsos que ainda assim nós, velhos ranzinzas, evitamos esboçar enquanto aquelas escalas de cinza formam na aurora um alegre degradê. Os dias começam quando deitamos e terminam quando calçamos os chinelos pela manhã. Nada de sonhos. Mudança de planos.
Ele vem, se anuncia e se vai, esquecendo apenas de deixar aquela velha esperança de um dia poder voltar a enxergar a vida nascendo no horizonte, enquanto de chinelos e bermuda regava as plantas na calçada pensando em 'como somos tão desiguais'.

9 de jul. de 2016

Entre as linhas

A minha maior alegria é trazer a alegria ao mundo. Por mais risos, por mais flores, por mais vida entre as cores. Eu sou louco, sim. E que a minha loucura não seja amena, pois de gente comum esse mundo está cheio.