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11 de fev. de 2017

Vinte e cinco

Estes são os meus vinte e cinco: Um terço de vida útil desperdiçada.
Tantas são as histórias..
Conheci muitas pessoas: Umas inesquecíveis. Outras eu apenas queria apagar..
E quantas foram as despedidas. Ah, esse número eu já não sei contar.
Tantas foram as vezes em que eu vi as pessoas indo embora e eu não soube o que fazer.
Tantas foram as lamentações, os arrependimentos.
Alegrias eu tive também..
Mas se pudesse resumir em uma frase eu diria que
'são 25 anos de acúmulo de decepções e escolhas erradas'.
Em todo esse tempo, muitos foram os amores. Quase sua totalidade não correspondidos.
Mas sempre acostumado a rir ao lembrar do quão comum
me parecia o fato de ser alguem que ama só.
E tantas foram as vezes em que usei outras pessoas para me manter afastado de quem eu amava mas já não estava mais ali.
Usei e fui usado - Descartado como uma roupa velha manchada.
Ah, e se eu pudesse contar quantas foram as vezes em que eu quis voltar no tempo só pra
reviver um momento.. Dizer o que não disse, fazer o que não fiz.

Quantas são as saudades..
Os detalhes e as mensagens nas linhas em branco de cada carta que escrevi.
Cartas essas que guardo (todas) e leio sempre.
Quanto eu quis mudar.. Em mim, nos outros. E quanto o pessimismo sempre me atrapalhou também.
Eu deixei empregos, pessoas, momentos. Todos presos num tempo que só eu sei o quanto doi lembrar.
Já não sei quantas foram as vezes em que os olhos se encheram nas madrugadas em claro
e com o peito apertado, uma tosse eu culpava.
As vezes em que eu tive medo e criava amigos para esquecer o quanto a solidão sempre foi presente.
E quantos foram os copos que virei em busca de redenção.
Buscando em outras coisas uma cura permanente para os problemas temporários.
Fazendo do silêncio a única saída, o único refúgio.
Quantas vezes me tranquei na imensidão do meu quarto implorando para que as coisas mudassem. Torcendo para que fosse importante para alguém. Rezando para que tudo ficasse bem..

A realidade por tras dos meus vinte e cinco
é que de todos esses anos, nenhum deles valeu a pena.
Eu não fiz nada, não fui ninguém.
Não deixei nada além de uma centena de notas tristes.
Desses vinte e cinco todos sempre foram vazios
assim como eu: sem cor e sem vida.

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