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3 de jun. de 2011

Eis aqui a minha renúncia;

Muitas vezes eu me pego em minha cama tentando descrever
o que acontece comigo durante as noites.
Pouca luz, folhas e uma caneta.É sempre da mesma forma!
Escrevendo em um caderno que, por algum motivo, eu o
chamo de libertação; a minha libertação.
Frente a mim, vejo eu mesmo junto a milhões de coisas
que passam pela minha cabeça, misturam-se a tinta preta
e escorrem pelo papel.
Em especial, esta noite tudo será diferente,
tudo o que tiver que ser dito, será; e nada mais.

Hoje eu olho no espelho e não consigo me ver.
Vejo formas, vejo cores, vejo um corpo, mas não sinto a
presença 'espírito'.
Vejo o que querem ver (não que eu tenha mudado para agradar
os outros), mas ao decorrer do tempo eu fui me ajustando,
perdendo minha essência, me tornando o que hoje eu lamento
tanto dizer - um monstro.
Sim, é assim que me vejo a noite diante do espelho.
Uma sombra opaca, sozinha, e nada mais.
Essa mudança me fez tão bem, que eu confesso que não pensei
o quão longe eu poderia chegar.
Eu estou sempre viajando, criei um céu, um universo.E por
incrível que pareça, ele nunca gira ao meu redor.
Sempre tive o grande defeito de me importar demais com os
outros, esquecendo de mim, passando-me para traz.Foi sempre
assim, e continua sendo, e isso eu quero renunciar,
independentemente do que possa acontecer.
Minha mente está sempre exausta, eu penso em diversas coisas
ao mesmo tempo. Tento resolver todos os problemas de uma
só vez. Os meus problemas? Não, os problemas que eu levo aos
outros, esses sim.
É estranho dizer e deveras confuso para se entender, mas é
este o grande impasse.
Certas vezes corremos tanto em busca de um bem maior que
esquecemos que somos apenas HUMANOS. Não há super-heróis!
Ninguém possui tamanha perfeição, ninguém se arrisca a extrair
da essência mais do que o seu limite psíquico.
Enlouquecendo! Eis aqui a palavra que me descreve agora.
Não é desistir, é cansar de andar sempre na mesma direção
e nunca chegar a lugar a lugar algum.
É estar sempre em confronto com a indiferença, mas ser sempre
passivo e admitir (assumir) a derrota.
É correr sempre sozinho, e nunca ver o retorno. É Andar sempre
pela reta esperando pela curva.
Deus nos presenteou, nos dando sabedoria.Mas esta muitas vezes
se revolta e nos traz erros e acertos em montes às escuras.
Como saber? Como identificar?
Pedimos a Deus que nos ajude, que nos mostre a direção, sempre
e em todo lugar. Que nos abra os olhos diante da escuridão e
que nos dê a confiança diante da imprecisão.
Mas esquecemos que nos foi dado tanta liberdade que nem mesmo
ele (o criador) pode interferir.
Cabe somente a cada um de nós tomar as decisões, só.
Tenho pensado muito em tudo que tenho feito e concluo:
Me desconheço.Profundamente, eu me pergunto quem eu sou, de
onde eu vim e o que faço aqui.
Tenho dito coisas que nunca antes havia dito, feito coisas que
jamais eu pensaria um dia fazer. Quanta mudança.
Eu lhes agradeço, mas este caminho está comprido demais. Estando
só ou não, eu preciso segui-lo.
Eu não tenho pressa, Deus me dá confiança e paciência todos os
dias; Me perdoa pelos meus pecados e me salva durante as noites
traiçoeiras.
Mas têm coisas que tem que mudar, têm que tomar um rumo,
tem que ter um fim!
Não há muito o que se fazer, o meu destino está traçado.
A partir de agora, seja o que Deus quiser!
Sempre depois de um fim, tem um novo começo .

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