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8 de abr. de 2015

O miserável

Estou vivendo perigosamente a beira de um abismo.
Com passos às cegas rumo a lugar nenhum.
Seguindo pelo mar pulando ondas em busca da sorte,  da pureza de espírito e leveza da alma,
Mas tudo o que levo são fardos. Os meus e os de todos vocês.
Estou correndo em busca de algo que mate a minha fome e  a minha sede. Estou virando copos vazios. Silêncios em mil palavras das quais eu nunca citei nenhuma.
Sonhando acordado quando deito a cabeça no travesseiro pensando no quão diferente são as coisas das quais eu  gostaria que fossem.
Fugindo de mim, trancado numa cela longe de um fim. Cumprindo sentenças por crimes não cometidos.
O peito ainda apertado comprime não só a dor, mas também a esperança. E com ela vão às lembranças.
Eu estou me tornando um ninguém. Rastejando por nada, comendo migalhas que os outros deixam cair assim como fazem os pombos.

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